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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Festejando a colheita



Nyctaluz Noctula
O sol já vem nascendo brilhando
É o nosso Deus Lugo chegando
A fruta da planta amadurecendo
O trigo que estamos ceifando
É Lughasad, nós vamos colhendo

O sol no céu alto brilha forte
O sábio Deus Lugo traz sorte
E o cacho de trigo e o grão
O fruto depois de seu corte
Moemos preparando o pão

O sol desce em seu voo ao entardecer
O valente Deus Lugo nos faz saber
Que sempre a roda da vida girando
Nas estações do ano podemos perceber
A natureza assim se transformando

O sol descambando ao poente
Guerreiro Deus Lugo contente
Traz o outono de árvore colorida
Vento suave energia imponente
É momento de festejarmos a vida

Sol reluz em nossos corações
Traz de Lugo boas recordações
O tempo em sincronia perfeita
Festa! Em alegres comemorações
Celebramos a nossa colheita.


A letra desse poema será melhor visualizada em PCs se a fonte Celtic Garamond the 2nd estiver instalada

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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Bruxaria e Aprendizado



Refletindo sobre as pessoas que chegam até o caminho da Bruxaria e observando como geralmente vestem o estereótipo padrão do senso comum ao estilo do que vemos em uma certificação ISO-9000 ou similar, por exemplo, e analisando para definir o que leva uma pessoa a ser formatada dentro de certo padrão ou certo estilo, as reflexões conduziram a alguns pontos principais.

Primeiro, vemos como a forma de ensino e de trabalho se modificaram, tanto nas empresas quanto no ensino.

No trabalho antes havia um grande esforço individual para a produção de uma única peça e em seguida novo esforço individual para a produção de outra peça até obter um grande número de peças fabricadas por um só individuo, hoje há a produção de uma única peça através do esforço dividido de inúmeros trabalhadores e obtêm-se grande número de peças mais rapidamente.

Em qualquer empresa que almeje a certificação dentro de alguma norma de qualidade é necessário para essa empresa cumprir alguns requisitos, isso logicamente descaracteriza o trabalho individual em prol da produção final, tomemos como exemplo o seguinte:

Um sapateiro de antigamente era um artesão que produzia sapatos, quanto melhores os sapatos dele mais ele era requisitado, porém cada sapato que o artesão produzia era um produto único, feito do início ao fim pelo mesmo sapateiro que conhecia todas as etapas do processo. Cada sapato produzido carregava a 'identidade' do artesão e era reconhecido a partir de sua qualidade de fabricação que lhe dava seu valor intrínseco, cada sapato e cada produto, portanto era único, era uma obra de arte única feita por um artesão sapateiro que imprimia sua alma ao seu objeto de trabalho;

No decorrer do tempo, era muito provável que este sapateiro passasse os conhecimentos relativos à produção de sapatos geralmente para seu (s) filho (s), ou então para algum outro aprendiz de talento, o qual se tornaria um novo artesão de sapatos.

Mas a vida se tornou mais complexa, e foi necessário produzir muito mais sapatos, então foram criadas as linhas de produção nas fábricas industriais, onde o processo de produção do sapato segue com a sola do sapato sendo depositada em cima da linha de produção por um funcionário, a seguir a linha anda e outro funcionário passa cola, depois outro ainda coloca a parte de cima, outro encaixa a peça, outro põe detalhes e etc;

Para que uma empresa seja certificada dentro de uma norma de qualidade é preciso que a produção final dessa linha siga determinado padrão de normas e regras definidas, assim sendo todos os sapatos ao final da linha de montagem, tem as mesmas características definidas de acordo com uma receita (normas de fabricação) e já pode ser comprovados através de testes e exames se o produto se encontra dentro das normas exigidas pelo mercado e se ele realmente pode ser aprovado e receber um certificado de qualidade (ISO-9000). Desse modo os sapatos trazem impressos em si o estereótipo da empresa onde são fabricados e não mais as características do trabalho do artista de sapatos.

As pessoas nascem tenras, cheias de potenciais individuais e possibilidades interiores peculiares a ser desenvolvidas, no decorrer de seu crescimento e de sua vida as pessoas aprenderão a conhecer e se ambientar ao mundo que as cerca, então elas são encaminhadas para os instrutores nas escolas, onde passam primeiro pelo ensino fundamental, depois o ginásio, colegial, técnico, superior e assim por diante, cada aluno (do grego "a = sem" , "luno = luz") 'sofre' dentro da escola um processo de 'iluminação' que consiste em passar ao aprendiz (ou receber do professor) os conceitos das matérias estudadas de modo que o aluno aprenda e possa comprovar o que aprendeu a através de testes e exames se o ele se encontra dentro das normas exigidas pelo mercado e se ele realmente pode ser aprovado e receber um certificado de qualidade (diploma). Desse modo as potencialidades individuais e possibilidades de desenvolvimento que cada um trás dentro de si, são postas de lado em nome do mercado que exige pessoas especializadas e não artistas da vida.

Citando agora um fato realmente ocorrido, onde pode-se observar como as pessoas têm suas mentes e formas de raciocínios padronizadas através de um ensino acadêmico e de como se esquecem de sua capacidade de pensar e inferir por conta própria:
"Certa vez na empresa onde trabalhava, apareceu um problema no computador da moça da mesa ao lado que trabalhava com o faturamento, ela não conseguia acessar a internet de modo algum, então chamou o setor de informática que ficava no outro prédio da empresa, no outro extremo da cidade, e sucedeu o seguinte:
  • Na segunda-feira chegou um rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, reiniciou o computador, fez limpeza de disco, reiniciou, passou anti-vírus, reiniciou novamente, e foi embora.
Percebendo que o problema não estava resolvido, a moça chamou novamente o pessoal da informática:
  • Na quarta-feira chegou outro rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, resetou, fez limpeza de disco, resetou, passou anti-virus, resetou e foi embora.
Percebendo que o problema continuava, a moça chamou novamente os profissionais;
  • Na sexta-feira veio outro rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, resetou, fez limpeza de disco, resetou, passou anti-virus, resetou e foi embora.
Na segunda-feira seguinte, obviamente revoltada, a moça chamou novamente o setor de informática;
  • Vieram todos os três que já haviam passado por ali e ficaram conversando e tentando achar uma solução, então foram fazer uma reunião numa sala em separado.
Nesse meio tempo a moça falou pra mim que não acreditava que eles fossem dar um jeito e me explicou o problema e me disse para tentar acessar, primeiro tentei abrir o internet explorer e não abria, fiquei observando e vi que tinha uma barra de ferramentas diferente e cheia de figurinhas que a moça mesmo instalara, perguntei pra ela se podia desinstalar, tirei aquela barrinha e pronto, 20 segundos depois a internet já estava conectada e funcionando perfeitamente. 
Quando os tres rapazes retornaram da reunião não tinham mais o que fazer e logo foram embora."
Ficou claro que quando se padroniza um modo de solução de problemas muitas vezes se esquece de prestar atenção nas nuanças particulares de cada problema, aplicando essa reflexão no grupo de Aprendizes nota-se o mesmo "vicio" de pensamento formatado em salas de aula ou em aprendizados anteriores que os deixa com dificuldades na Senda da Bruxaria.

Uma excelente reflexao se encontra nesse texto:

Para um aprendizado de fato é necessário a aceitação dos ensinamentos e compreensão dos mesmos, não somente saber o que fazer, mas também como fazer, sabendo que tudo o que já se aprendeu no caminho até o presente, por mais que sirva de base comparativa para o que se aprende trilhando o caminho da Sabedoria, deve ser analisado de forma diferente do que se aprendeu, é preciso refletir e entender, não somente receber e aceitar.



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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Os Poderes do Morcego

A MAGIA DA NATUREZA

Pássaro e demônio, amigo e feiticeiro, fantasma e deus tribal, ele é apenas um mamífero alado.

OS PODERES DO MORCEGO

O Morcego é um animal com asas de aspecto de couro e de aparência hedionda, uma criatura das sombras infernais. Uma espécie – o morcego-vampiro – é notório sugador de sangue. As  características físicas do morcego e sua habilidade aparentemente sobrenatural de perseguir suas vítimas na escuridão completa são largamente responsáveis pela reputação aterradora, que adquiriu através dos séculos, como uma criatura de poderes ocultos.

O Morcego assumiu algumas qualidades de dois símbolos: o pássaro (símbolo da alma), e o demônio (criatura das sombras) e tem sido representado no folclore como feiticeiro e amigo, como fantasma e diabo, e ocasionalmente, como deus tribal.

Os chineses, preferindo uma posição mais amena em relação ao morcego, afirmam que ele voa com a cabeça baixa por causa do peso de seu cérebro. Êsopo descreve o vôo noturno como tentativa de fugir  de seus credores. Mas na maior parte do mundo, o morcego é tido como uma criatura horrível , misterioso ente da noite, símbolo da morte para os irlandeses, fantasma para os índios da Colúmbia Britânica e a corporificação dos mortos para os negros da Costa do Marfim.

Uma criatura da escuridão, o morcego há muito vem sendo associado ao diabo, numa forma de horror que é difícil afastar, mesmo entre os civilizados.
 
Na Europa, Ásia e América, o aparecimento repentino de um morcego numa casa é predição da morte de um de seus ocupantes. Na China, contudo, o morcego simboliza uma vida longa e cheia de êxitos.

Na Idade Média, era indiscutível a crença de que o diabo constantemente assumia a forma de um morcego e, por causa disso, ainda hoje, os camponeses da Sicília queimam os morcegos vivos ou os pregam de asas esticadas, em suas portas.

Espírito maligno em nosso corpo

Espíritos malignos em forma de morcegos, segundo se acreditava, podiam entrar em nosso corpo: e só era possível expulsá-los com a ação de exorcistas consagrados. 

Os curandeiros-feiticeiros da Nigéria, que são grandes cultores dessa arte, habilmente retiram morcegos e sapos pela boca do paciente, por acaso atacado por esses males. 

Entre os negros dos Estados Sulinos dos Estados Unidos, maus espíritos são arrancados do corpo humano e injetados no corpo de morcegos, que fogem para o vale das sombras com sua carga macabra.

Na obra Remaines of Denis Granville, há uma anedota que descreve o seguinte: um cirurgião, um assistente e um padre atendem a um paciente, profundamente atacado de melancolia. Enquanto o padre reza, o cirurgião faz uma pequena incisão no lado do paciente e, ao mesmo tempo o assistente liberta o morcego que havia trazido numa caixa escondida. O paciente acredita que o mau espírito foi arrancado de seu corpo e sara. No Brasil essa anedota tem uma continuação: “meses mais tarde o cirurgião explica ao paciente que tudo fora uma encenação, porque notaram que o seu mal era psíquico e não físico”. Aí o paciente começa a ficar de novo doente, dizendo: “Por isso é que eu ainda sinto o morcego voar dentro de mim”.

La Voisin, a feiticeira e aborticionista do século 17 na França, usava sangue de morcego para suas missas negras. Uma coisa hedionda encontrada as vezes em rituais dessa natureza era um morcego que havia sido afogado em sangue, recurso usado para libertar energia psíquica. E o sangue de morcego era constantemente mencionado como elemento decisivo para o vôo das feiticeiras (uma espécie de gasolina enfeitiçada) que lhes dava a habilidade do animal para suas revoadas das trevas.

Por causa de sua condição de detentor de poderes mágicos, o morcego foi tido, por muito tempo, como um amuleto protetor contra a malignidade do diabo, e como um elemento para atrair a sorte. Em certas partes da Alemanha, acreditava-se que o coração de um morcego, atado ao braço com um cordão vermelho, traria ao portador, sorte nos jogos de cartas. No Tirol austríaco, o feliz dono de um olho esquerdo de morcego podia tornar-se invisível aos outros no momento em que quisesse.

Algumas gotas de sangue mágico

O morcego tornou-se não apenas o animal encantado dos homens de uma tribo de Nova Gales do Sul, como seu símbolo sexual.


A mesma associação de crenças levou donzelas da Europa Central a conseguir a conquista dos namorados, usando algumas gotas de sangue de morcego em seu copo de cerveja.

O morcego foi, muitas vezes, adorado como entidade divina: era o deus supremo de índios americanos da costa do Pacífico. Eles o chamavam de Chamalkan. O poderoso deus-morcego de Samoa invariavelmente liderava o grupo, quando se marchava para a guerra. Na Europa, de acordo com uma velha lenda, o morcego entrou na guerra entre animais e pássaros, mas em dúvida quanto ao lado que seria de fato seu, lutou por ambas as partes.

Nas lendas de muitos índios americanos da região Norte do país, o morcego aparece na surpreendente situação de herói galante, defensor desprendido da humanidade em crise. A mais alegre e positivamente mais virtuosa versão dessa crença está sem dúvida, na moderna figura dos heróis americanos das estórias em quadrinhos, o Batman.

Radar e diabo lado a lado

Na Inglaterra entre os camponeses, era crença que o morcego furtava filé das casas entrando pela chaminé. Por isso uma canção popular dizia: “Vem morcego da chaminé, que lhe dou um pedaço de filé”

Ainda na atualidade, o sangue de morcego é usado na magia negra, especialmente quando se deseja ferir inimigos. 

Apesar da ciência saber o que faz o animal voar às cegas, no escuro, sem bater em nada, continua a idéia do diabo sempre associada à do morcego. Ele voa na escuridão, com movimentos certeiros, porque é capaz de sentir obstáculos, da mesma forma que o radar.

Os caboclos brasileiros sabem como pegar morcegos: fincam uma fina vara de bambu no chão e agitam freneticamente. A parte de cima da vara produz ruídos muito agudos, alguns dos quais inaudíveis ao ouvido  humano. O morcego recebe os sinais e voa  na direção da vara, bate e geralmente morre.

Além da aversão natural que o animal provoca, as mulheres tem outra razão para impedir que o morcego se aproxime de seus cabelos: pode enrolar-se neles e somente será dali tirado com o uso de uma tesoura, manipulada por um homem. Também aí nessa superstição há implicações sexuais, eróticas, pela associação homem-mulher.


Em muitos lugares, no entanto, o morcego pode indicar acontecimentos bons: Na Inglaterra, em certas áreas agrícolas, o vôo do morcego ao entardecer, é sinal de tempo bom pela frente.



Retirado da revista: Homem, Mito e Magia. Vol. I nº VI Pág. 124 a 126. Editora 3. São Paulo. 1973
 
 
 
 
 
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Êxtase em Beltane




 Por Nyctaluz Noctula

É Beltane, os fogos iluminam
E nos trazem a purificação
Sabedoria vem da afinidade
Da pureza, nos dons que ensinam
E aprendemos na percepção,
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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Celebrando Oimelc

Por Nyctaluz Noctula em agradecimento pela celebração de Oimelc de 2012


Passaram as sombras do período escuro,
Dádiva de Samhain que nos transformou,
Abrem-se os olhos pra um novo futuro,
Com a paz da vitória a alegria chegou.

Brigid vem, é Oimelc novamente,
Já chegamos ao seu Festival,
Vejo o mundo fazer-se silente,
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segunda-feira, 19 de março de 2012

O caminho e o caminhar



Respostando do blog antigo, texto "velho" mas nem por isso empoeirado ;-)

Boa Leitura!



O que acontece no paganismo, onde alguns usam do pouco que sabem para tirar algum proveito e explorar aqueles que buscam de coração sincero por um caminho ou filosofia que melhor satisfaça os anseios da alma, leva a questionar os porquês de tantos desencontros e desencantos em uma busca que deveria conduzir a plenitude.
Há ovelhas e pastores, existem os buscadores e os facilitadores de buscas, há os que escutam e os que falam, os que tiram suas conclusões e os que esperam que os mestres dêem as conclusões a eles.
Quando o buscador questiona oque faz de sua vida e quando a primeira impressão que tem é que está vivendo um grande auto-engano, logo culpa a família, a religião e a sociedade pelas suas inquietações, entretanto alguns percebem que o tempo da infância passou e que agora é preciso assumir a direção em sua estrada, domar seus cavalos selvagens e guiar-se por um caminho mais consistente, e quando a força de sua dúvida é maior do que a fé cega em sua antiga crença, ele se lança em busca de novas respostas.
Aqueles que seguiam o rebanho, as ovelhas que agora se rebelam e querem se tornar lobos, deixam de ir junto ao pastor e passam a seguir ao líder da matilha.
Porém como sempre esteve habituado a receber tudo explicadinho, continua procurando alguém que lhe dê as novas respostas e é nessa hora que pode se tornar vítima daqueles que tiram proveito do pouco que sabem para ludibriar aqueles que querem saber mais, caindo no fluxo das correntezas que levam aqueles que não prestam atenção no fato de que tudo o que já escutou antes é o mesmo que está ouvindo agora em nova forma e com outras palavras, elaboradas para manter o engodo e favorecer uns em detrimento de outros.
O Lobo aprisionado [...]”
Muitos se perdem pelo caminho, isso acontece quando param de refletir e creem já ter encontrado aquilo que buscavam, todavia a luz que ilumina é a mesma que cega e alguns imaginando já ter chegado ao final da estrada, quando olham para trás e enxergam tantos outros em passos trôpegos como já foram os seus próprios, tornam-se tão enganados quanto enganadores, deixam de ser um caminhante para se tornar uma barreira no meio da estrada, um obstáculo a ser vencido pelo verdadeiro caminhante.
[...] Estando o lobo aprisionado na sala de espelhos e não suportando ver-se mil vezes refletido, num derradeiro uivo arranca com as patas a máscara e o escafandro que sempre portou. E por uma fração de segundos, a luz bruxuleante de sua alma candente permite que ele veja, em cada espelho-quantun do seu ser, o que nunca havia deixado de ser: [...]
O que se vê no paganismo é uma infinidade de informações e pessoas naufragando num mar de palavras, no qual poucos têm habilidade para nadar em direção de uma ilha onde poderão descansar, ou de um porto seguro de onde prosseguir sua caminhada com passos firmes e um solo forte sob os pés, e por achar em novos mestres a ilusão das respostas pelas quais procurava torna-se uno com o novo bando e despersonaliza-se novamente, então pára sua busca, fica novamente estacionado e muitas vezes só percebe que continua no mesmo ponto do qual partiu, quando já é tarde demais.
[...] Um simples cordeiro. [...]
Já o questionador escuta, pensa sobre o que ouviu e quando tem argúcia compreende o quanto continua estacionário sem se dirigir a rumo algum, contudo quando a força de sua coragem é maior do que seu desânimo perante os obstáculos, continua a busca a despeito dos tropeços, naturais nos primeiro passos em qualquer caminho desconhecido.
"[...] E enquanto a lei da Entropia se consumava, podia-se sentir as vibrações da Harpa Celestial e ouvir o coro de infinitas vozes a repetir por toda a eternidade: Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo dai-nos a paz.[...]
Algumas pessoas perguntam, outras querem dar respostas, no entanto, poucas são capazes de perceber as particularidades e individualidades de cada questão. Dentro de um caminho onde o sonho de uns pode ser o pesadelo de outros, aqueles que se aventuram em busca do conhecimento devem ter estrutura forte o suficiente para passar pelas agruras do com motivação crescente e prosseguir sabendo que ainda falta muito caminho a trilhar.
[...] E a hiena, então, sorriu.
Superado um dos primeiros grandes obstáculos, que é o de depositar sua esperança em outrem, o caminhante percebe que seu caminho pessoal é também individual e é dele mesmo, bem como que o único reservatório de forças para Si é em Si mesmo que encontrará. Assim já pode começar sua busca com segurança de estar verdadeiramente indo em alguma direção.

A atenção e cuidado com o caminhar, a partir desse momento em diante, evitará muitas quedas e trará grande experiência, o Peregrino deixará de olhar para o horizonte distante na trilha onde segue como se aquele ponto fosse a meta final, porque sabe que a cada passo que dá, o horizonte também se movimenta para mais longe e então aprenderá a contemplar as margens do caminho, as peculiaridades da estrada, subidas e descidas, descansos e encontros.

“Para mim só existe percorrer os caminhos que tenham coração, qualquer caminho que tenha coração, ali viajo e o único desafio que vale é atravessá-lo em toda a ma extensão. E por ali viajo olhando, olhando, arquejante.”

Enquanto prossegue percebe que cada caminho é diferente e desde o momento em que se decidiu e dedicou por este caminho, aquele outro que era uma opção antes de iniciar seu trajeto, ficou para trás, em outra parte, em outras montanhas e em outros vales. Não está sob seus pés, mas por não ter passado o tempo todo olhando para o inicio de diversas estradas tentando enxergar o mais longe possível em cada uma delas e sim ter iniciado um trajeto e seguido em frente, poderá falar com segurança sobre um caminho que terá trilhado e se tornado parte dele.

Refletindo sobre os lugares onde passou, o caminhante percebe que o propósito que move as pessoas em busca de respostas para suas indagações, as leva primeiro a revolta contra sua situação, depois a busca de uma situação nova, nessa busca muitas vezes elas não passam dos primeiros passos, algumas das que não prosseguem se arvoram em sábios e acabam sendo charlatães, outras desistem, outras pegam atalhos que conduzem de um caminho a outro e terminam por não conhecer nenhum, outras mais continuam perscrutando um horizonte que não percebem ser inatingível e na ilusão da chegada a uma sólida meta definida, perdem a fluidez que deveriam ganhar na caminhada e que poderia transportá-las além de limites incomensuráveis, ou até onde não há mais limites.

Sabendo que tudo o que passar, o que fizer, o que viver, valerá para si e ciente de que tudo o que contar e tudo que disser servirá apenas como recordação de seu caminho em estímulo a caminho no coração de outros Peregrinos e companheiros de jornada, o Buscador prossegue.


Nota 1: A pequena historia do “Lobo aprisionado” dividida seqüêncialmente em algumas citações do texto é de autoria de Fr. Aamon.

Nota 2: A citação do caminho com o coração consta no livro “A Erva do Diabo” de autoria de C. Castaneda, que atribui a frase a Don Juan Mathus


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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Celebrando a colheita



Mais uma vez celebrei um festival de Lughasadh, observando os testes daqueles que oriento e também daqueles que agora auxilio na orientação, sorrindo ao vê-los superar suas dificuldades e se preparar para vencer as ilusões do caminho, torcendo por eles e esperando pelo seu sucesso.

Aprendi a ver o mundo com mais serenidade nestes anos de caminhada e por isso colhi alegrias nesta festa em que honramos a Lugos, o que os deuses proporcionaram a cada Peregrino ficou como lição para mim também, relembrei dos meus bons e inclusive daqueles que eu não julgava assim tão bons, momentos de antigamente quando trilehi por lugares onde hoje os novatos estão caminhando.

Dificuldades foram superadas, testes foram vencidos, reunidos na cozinha recebemos a visita dos nossos primos da floresta que passaram perto de onde estávamos, logo depois o pessoal que foi de van chegou e finalmente pudemos começar o festival de verdade, me senti honrado em estar ao lado de cada um e compartilhar de suas conquistas.

As festividades foram maravilhosas, o pessoal do almoço caprichou nos pratos típicos, a turma do café da tarde também e apesar dos contratempos conseguimos preparar um ótimo café da manhã e almoço no dia seguinte, mas isso foi depois da celebração da floresta, foi depois de cada um ter recebido uma oportunidade para enfrentar seus demonios interiores, para observar seu ego, contemplar seu caminho e olhar onde está pondo os pés na sua peregrinação individual, fiquei imaginando como eles se sentiriam no futuro quando olhassem para trás e relembrassem como agora relembro, os momentos que passaram na presença dos seres da floresta, as oportunidades que aproveitaram e até mesmo as que desperdiçaram, as lições que poderiam ter aprendido que por conta de seu ego, deixaram, aquelas coisas que parecem assustadoras mas que não passam de pequenas manchas em nossa própria visão assumindo formas monstruosas em nossa imaginação e testando a força que trazemos em nosso íntimo.

No domingo o retorno foi tranquilo ao lado da irmã Raven e ao lado do irmão Corujão, velho companheiro de caminhada, pude praparar o almoço com pratos típicos honrando nossa tradição e a terra saudosa de nossos ancestrais, depois despedir-se de cada companheiro de caminhada e ver o brilho de satisfação, felicidade, e expectativa pelo próximo encontro dentro dos olhos de cada um deles, para eles era tempo de reflexão e retorno a rotina diária já transformados pelos aprendizados do festival.

Mas para mim era apenas um interlúdio, mais cinco dias de nova preparação com alegria interior e vibração de festa porque no final de semana seguinte iria novamente celebrar, desta vez no Rio de Janeiro e quando chegou o final de semana assim foi, seguimos de carro de São Paulo até lá onde no aeroporto do Galeão encontramos a nossa querida Raven e juntos seguimos até encontrar a folclórica estrada onde fica o sítio do encontro ritual e nosso lugar de celebração.

Limpezas, organizações, preparações e descanso até o dia seguinte, o irmão M. foi o primeiro a chegar animado que só ele depois da caminhada que fizera, algum tempo mais e chegou a van com os demais irmãos, cada um com um brilho diferente no olhar, alguns tranquilos, outros com mais expectativa e curiosidade, mas todos irmanados no mesmo desejo de aprender honrando aos Seres da Floresta aos Ancestrais e a Divindade a qual prestavamos culto, Lugos.

Logo fizemos palestras e exercícios com os novatos, quando os portais se abriram para a celebração o ritual foi tranquilo e fiquei muito feliz em ver cada um superar seus medos com muita lucidez, consciencia e força, enfrentando seus desafios e aproveitando a oportunidade de aprender a Sabedoria que o coração da natureza ensina.

Infelizmente no domingo pela manhã tive de me ausentar, mas os irmãos do RJ continuavam as instruções ao irmão do fogo do RJ eu já havia passado e a saudade já se instaurara em meu peito quando retornei e deixei os amigos do RJ na expectativa de nos vermos novamente em breve. Faço votos de que tenham sucesso, que alcancem a sabedoria que procuram, que aprendam as lições que a vida ensina e que quando a roda completar seu giro, possa olhar para cada um e dar o abraço de amigo, daquele que já conhece, que já confia a ponto de conceder responsabilidades e que num futuro um pouco mais a frente, possa finalmente os abraçar novamente como irmãos que superaram as agruras do caminho e tiveram força e lucidez suficiente pra se tornarem Bruxos e Bruxas, Sábios e Sábias, mais fraternos, mais irmãos ainda, tanto de coração quanto de alma.


Um abraço fraterno e que todos tenham a prosperidade que Lugos traz, todas as conquistas que esse caminho concede, todas as vitorias que essa estrada proporciona!
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domingo, 6 de novembro de 2011

Resumo de: A Arte do Sonhar






Por Nyctaluz Noctula


Este resumo fiz em 2009, espero que seja de alguma valia aos curiosos e aos buscadores.

A Arte de Sonhar, 9º livro de Carlos Castañeda com os ensinamentos de D. Juan Malthus, publicado originalmente em 1993 pelo autor e editado no Brasil em 2007. O resumo segue divido em capítulos e estruturado em tópicos


1 - Feiticeiros da Antiguidade, uma Introdução:

a - Don Juan explica nessa parte sobre os Feiticeiros da Antiguidade, afirmando que estes viveram no México a milhares de anos passados e que foram os responsáveis pela criação da estrutura da feitiçaria, sendo que eram homens brilhantes e inteligentíssimos, porém muito pouco sensatos e menos ainda sábios;

b - Eles descobriram que o homem, ou cada indivíduo humano é composto por um Ovo Energético Luminoso, onde um filete de luz está ligado entre as omoplatas de cada um e permite ao ovo que na realidade são, ter consciência eles definiram o lugar onde o fio de luz toca o ovo como sendo o 'ponto de encaixe', o lugar onde o Ponto de Encaixe fica grudado no Ovo define a qualidade da consciência do Indivíduo, a consciência atual da humanidade do século XXI é definida pelo local onde o filete energético se liga na luminosidade oval, isso significa que toda a humanidade tem a mesma percepção dos objetos devido a que o ponto de encaixe está num lugar igual em todos os ovos, ou indivíduos;

c - Estes Feiticeiros antigos criaram a Arte de Sonhar, onde o indivíduo aprende a interagir em Universos nos quais não vive usualmente, ele faz isso através da manipulação do ponto de encaixe, ou seja, modificando voluntariamente o lugar onde o fio luminoso se encaixa no ovo, é possível modificar a qualidade da consciência e dessa forma "viajar" a outros Universos diferentes deste a que estamos habituados;

d - Os feiticeiros antigos aprenderam a mudar a posição do seu ponto de encaixe tanto pela parte de dentro quanto pela parte de fora do ovo luminoso que são, mudando a posição de encaixe do fio de luz por fora do ponto luminoso expandiram sua consciência a tal ponto que se tornaram prisioneiros dos Seres Inorgânicos, habitantes de outro universo;

e - Após o sumiço destes feiticeiros antigos uma nova geração menos “idiota” surgiu e continuou a desenvolver os meandros da Feitiçaria só que com um objetivo diferente do que os Feiticeiros Antigos pretendiam, para não cair vítima das mesmas armadilhas que os anteriores caíram. Após o surgimento dos novos feiticeiros houve diversas linhagens, uma destas teve 8 (oito) Naguais até chegar ao Nagual Sebastian, o qual se encontrou pessoalmente com um Feiticeiro Antigo o qual escapara da prisão no Universo Inorgânico. Desde então o os naguais passaram a obter conhecimentos sobre os métodos de Feitiçaria empregados pelos antigos feiticeiros, o acordo entre os Naguais dessa linhagem e entre o Desafiador da Morte, ou Inquilino, como passou a ser conhecido o Antigo Feiticeiro sobrevivente era que o Nagual forneceria energia ao Inquilino para que este sobrevivesse mais um tempo na terra e em troca receberia deste um pouco de conhecimento da Feitiçaria Antiga e também alguns dons conquistados pelos feiticeiros antigos;

f - A linhagem depois do surgimento do Inquilino foi composta pelo Nagual Sebastian, que recebeu 10 dons; pelo Nagual Santisteban, 7 dons; pelo Nagual Lujan, 50 dons; pelo Nagual Rosendo, 6; pelo Nagual Elias, 4; Nagual Julian, 16; Nagual Juan Matus, 2 e finalmente o Nagual Carlos Castaneda se recusou a receber qualquer don proveniente do desafiador da morte.

(Nota: A algum tempo atrás vi uma entrevista no programa do Jo Soares com os escritores do filme Matrix, naquela ocasião eles comentaram que foi justamente do livro 'A arte de Sonhar' que eles tiraram a idéia de pessoas presas em casulos com fios ligados na nuca sem ter idéia da verdadeira realidade onde estão, como aparece no filme)


2 - O primeiro portal do sonhar:

a - Para obter consciência nos sonhos é preciso conquistar a segunda atenção e também a atenção sonhadora, o modo de desenvolver essa atenção é poupando energia, isso pode ser feito recapitulando-se a vida e resolvendo antigas pendências e mágoas que ficam guardadas em forma de ressentimento impedindo nosso avanço;

b - O primeiro passo rumo ao primeiro portal do sonhar é estabelecer o sonho, ou seja, controlar lucidamente o sonho, por exemplo, se em um sonho estiver sonhando que se esta dentro de uma sala de aula, então deve controlar as paredes, o piso, as carteiras de modo que eles não se dissolvam como acontece costumeiramente nos sonhos;

c - É preciso desenvolver a Atenção Sonhadora, isso se faz olhando-se para um determinado objeto presente nos sonhos, primeiro pode-se começar tentando encontrar as próprias mãos nos sonhos e tomar consciência delas, depois se focando em um objeto qualquer presente nos sonhos, o modo para não deixar que esse objeto se dissolva ou transforme em outra coisa, é olhando para ele, para um outro objeto, e ainda para um terceiro objeto e depois para um quarto objeto do sonho e depois voltando novamente o olhar para aquele primeiro objeto anterior e novamente observar a sucessão, até que se obtenha mais controle sobre o objeto no sonho, até se poder olhar para todos os objetos componentes do sonho de modo que nenhum se dissolva;

d - No sonho usamos nosso corpo energético, desse modo ao tomarmos consciência dos objetos que nos cercam e fixarmos a atenção, podemos perceber também nosso corpo energético mais facilmente e podemos perceber outras formas de energia, dessas outras formas de energia, muitas são enviadas pelo reino mineral para nos observar e compartilhar consciência conosco, estes são seres reais originários de outro universo muito mais perene e muito mais consciente do que o nosso, porém não menos predatório. Atinge-se o primeiro portal do sonhar ficando consciente de que se está caindo no sono, tornando-se consciente dos sonhos e tendo sonhos reais, ou seja, que não se dissolvem nem transformam banalmente como nos sonhos comuns;

e - "Os sonhos são uma porta, um alçapão para outros mundos. Assim, os sonhos são uma via de mão dupla. Por esse alçapão nossa consciência atravessa para outros reinos; e esses outros reinos mandam batedores para nossos sonhos." ( D. Juan )


3 - O segundo portal do sonhar; 4 - Fixando o ponto de aglutinação; 5 - O mundo dos seres inorgânicos; 6 - O mundo das sombras; 7 - O batedor azul:

a - O segundo portal do sonhar é alcançado quando acorda-se de um sonho em outro sonho, ou seja, dormir e sonhar que está dormindo e dentro do dormir sonhar novamente ou então de outra forma sonhar diversos sonhos e conseguir pular de um a outro e retornar ao sonho anterior e a outro sonho ainda em momentos subsequentes observando tudo com a atenção sonhadora, e aí observar os objetos do sonho de modo a definir quais são objetos do sonho e quais não são objetos do sonho, isto é, quais componentes do sonho são em realidade enviados de outros universos; E em seguida a isolar estes batedores o passo seguinte é seguí-los até o universo deles;

b - O emissário dos sonhos é um ser Inorgânico que se torna companheiro do sonhador, dialogando com ele mesmo nos momentos em que está acordado durante o dia, e fazendo afirmações sempre óbvias, no sonho o emissário comanda os atos do sonhador sempre dizendo o que ele tem de fazer e qual o passo seguinte para controlar o sonho;

c - Quando nosso corpo energético encontra-se no sonho, ele é levado e movimentado para os lados sendo conduzido pelos batedores do universo inorgânico que tem pleno conhecimento do mundo dos sonhos e suas leis. Conseguindo seduzir um humano através do inflamento do ego, de promessas de conhecimento ilimitado ou de bajulações infinitas, para que permaneça no mundo deles, os seres inorgânicos obtém uma fonte de energia mais ágil que a deles visto que os Seres Orgânicos tem vida curta e imensa quantidade de energia, já os Seres Inorgânicos tem vida praticamente eterna, mas pouquíssima energia, assim sendo o sonhador aprisionado é como o alimento sendo devorado pelo predador, e isso dura a eternidade. Com exceção do Desafiador da Morte ou Inquilino, do Nagual Elias e depois do próprio Castaneda não há noticias de outra pessoa que tenha retornado do universo Inorgânico após ter sido feito prisioneiro;

d - O Universo em geral é essencialmente feminino, composto quase em sua totalidade por energia feminina e isso faz com que o elemento masculino seja tão procurado pelos seres de outras dimensões, devido a sua escassez. Os batedores do universo inorgânico não aprisionam mulheres, diferentemente dos componentes do sexo frágil, o masculino;

e - Ao se cruzar o segundo portal do sonhar deve-se intentar um maior controle sobre o corpo energético, de modo que ele possa voltar automaticamente e voluntariamente para junto do corpo físico ao menor sinal de perigo. Essa é a válvula de segurança que os sonhadores tem;

f - "A busca da liberdade é a única força que eu conheço. Liberdade de voar até aquele infinito lá fora. Liberdade para me dissolver; para decolar; para ser como a chama de uma vela, que mesmo diante da luz de um bilhão de estrelas, permanece intacta, porque jamais pretendeu ser mais do que é: uma simples vela." ( D. Juan )

g - Para um sonhar perfeito é necessário calar o diálogo interno, isso pode ser conseguido apertando-se cristais de quartzo com 5 a 7 cm de comprimento entre os dedos, ou então com alguns seixos de rio, finos e lisos, dobrando-se a mão e apertando o quartzo ou os seixos. Pinos de metal lisos da mesma grossura dos dedos também servem, é preciso pressionar até quase sentir dor; depois de um tempo de prática qualquer coisa serve. Cair no sono num momento de total silêncio gera a condição perfeita para o sonhar; usar um anel de ouro um pouquinho apertado no dedo funciona como ponte entre a consciência cotidiana e o sonhar sem que seja preciso dormir; a pele humana transporta energia do universo orgânico para o inorgânico e vice-versa, durante o sonho, mesmo durante o sonho comum quer o individuo queira ou não; a pele fresca, sem pigmentos ou óleo se presta melhor para essa função; usar um cinto apertado, uma faixa na cabeça ou um colar também serve para criar centros de troca de energia na pele. Para filtrarmos energia durante o sonho basta afirmarmos em voz alta no sonho esse nosso desejo. Para controlar melhor nossa atenção sonhadora basta pressionarmos a ponta da língua no céu da boca, no sonho, enquanto sonhamos e no momento que quisermos maior atenção;

h - "Para mim a natureza diabólica do reino dos seres inorgânicos é que ele pode muito bem ser o único santuário que os sonhadores têm num universo hostil. [...] Ele é definitivamente um porto seguro para alguns sonhadores. Não para mim. Não preciso de escoras nem de corrimãos, sei que estou sozinho num universo hostil e aprendi a dizer: Que seja!" ( D. Juan );

i - "O caminho do sonhar é cheio de armadilhas, e evitar essas armadilhas ou cair nelas é o problema pessoal e individual de cada sonhador, e devo acrescentar que é um problema definitivo.[...] O desafio é cada um de nós pegar apenas o que for necessário daquele mundo, e nada mais. Saber o que é necessário é a virtude dos feiticeiros; mas pegar apenas o necessário é sua maior realização. Deixar de compreender essa regra simples é o meio mais seguro de despencar numa armadilha" ( D. Juan )


8 - O terceiro portal do sonhar:

a - "O terceiro portal do sonhar é alcançado quando você se pega num sonho olhando para outra pessoa adormecida. E descobre que essa pessoa é você mesmo." ( D Juan );

b - Para saber se o corpo adormecido é mesmo o seu, um bom truque é observar as roupas com as quais foi deitar-se e ao se descobrir num sonho olhando para seu corpo adormecido, deve observar os detalhes do quarto, as paredes, teto e assoalho físicos do quarto onde seu corpo dorme, para que o corpo energético obtenha conhecimento do mundo físico e torne-se consolidado. Deve-se também movimentar voluntariamente o corpo energético para frente e para trás, de modo que ele pare de ser puxado de um lado para outro pelos seres inorgânicos e conquiste autonomia sobre estes. Conseguindo autonomia para se mover com o corpo energético podemos ficar fora do alcance dos seres inorgânicos;

c - Um exercício para conseguir maior autonomia no sonhar é libertar-se das amarras de antigos acontecimentos através do recapitular. A energia consciente de que o universo é formado é emprestada aos ovos luminosos de que somos formados e persegue estes tomando para si a consciência do ovo luminoso que ele obtém durante sua vida. Através da recapitulação é como se vivêssemos duas vezes a mesma experiência, assim quando o universo feminino predatório toma para Sí a nossa consciência ainda vai nos sobrar uma quantidade extra para adentrarmos no sonhar, também precisamos nos libertar das energias dos outros que tiverem permanecido em nós, uma forma de ejetarmos energia alheia é com a expiração enquanto recapitulamos nossas vidas e uma forma de recuperarmos nossa própria energia é com a inspiração enquanto recapitulamos;

d - Após a obtenção do controle sobre o corpo energético o passo seguinte é aprender a observar a energia diretamente sem se fixar nas aparências dos objetos que elas têm, para descobrir quais objetos do sonho são meros objetos de sonho e quais são geradores de energia. Isso pode ser conseguido verbalizando esse intento durante o sonho.


9 - A nova área de exploração; 10 - Espreitando os espreitadores;

a - Observando-se desse modo a energia, nos sonhos, pode-se perceber outros batedores de outros universos que não são do reino inorgânico, também pode se viajar a lugares diferentes e inclusive ser atacado por seres gigantescos de energia, porque do mesmo modo como batemos com o chinelo em cima de uma incauta barata que se atreve a cruzar nosso caminho, assim também os seres daquela dimensão esmigalham os incautos sonhadores que se atrevem a se enfiar no mundo deles;

b - "Se o homem for capaz de evoluir. A grande tarefa dos feiticeiros é trazer a idéia de que, para evoluir, o homem deve primeiro libertar sua consciência das amarras da ordem social. Uma vez que a consciência estiver livre, o intento irá redirecioná-la para um novo caminho evolucionário" ( D. Juan );

c - No universo predatório disposto a despedaçar o único refúgio seguro para os sonhadores é o mundo dos seres inorgânicos, eles podem dar abrigo e prolongar a consciencia sonhadora durante quase uma eternidade; a energia necessária para mover o ponto de encaixe de modo a alterar a qualidade da percepção vem do reino dos seres inorgânicos; a solução tem sido tomar a energia dos seres inorgânicos sem no entanto ceder a sua influencia.


11 - O inquilino:

a - "Perceber direto a energia, para os feiticeiros modernos, é uma realização pessoal. Nós manobramos o ponto de encaixe através da autodisciplina. Para os feiticeiros antigos, o deslocamento do ponto de encaixe era conseqüência de sua submissão a outros, seus mestres, que realizavam esses deslocamentos por meio de operações obscuras e os ofereciam aos seus discípulos como dons de poder. [...] Para alguém que tenha mais energia do que nós, é possível fazer qualquer coisa conosco, por exemplo, o nagual Julian poderia ter me trasnformado em qualquer coisa que quisesse, um criminoso ou um santo. Mas era um nagual impecável e deixou que eu fosse eu mesmo" ( D. Juan );

b - O Nagual Julian dissera ao Nagual Juan Malthus que o uma viúva estava apaixonada por ele, ao encontrar com essa viúva, D. Juan descobriu que se tratava na realidade do Desafiador da Morte, o qual lhe roubou um pouco de sua energia de Nagual e lhe concedeu dois dons, muito embora D. Juan estivesse revoltado com a situação;

c - Levado por D. Juan para uma igreja, Castaneda teve seu segundo encontro com o Desafiador da morte, adentrou no sonho do Inquilino cruzando o quarto portal do sonhar, que consiste em interagir no sonho de outro feiticeiro, lá sem perceber acabou servindo como instrumento da vingança de D. Juan contra o Inquilino, mas a despeito disto recebeu deste o ensinamento de que a posição em que o sonhador coloca o corpo para começar a dormir é extremamente importante que seja a mesma posição em que o sonhador coloca o corpo para dormir dentro do sonho antes de começar a sonhar um segundo sonho no qual deseja consolidar o sonho e obter maior coesão e percepção total;

d - O Inquilino explicou a Castaneda que os feiticeiros antigos eram treinados em recriar a realidade do mundo cotidiano dentro do sonho até nos ínfimos detalhes e fazer isso de forma tão sólida que foram capazes de transportar as populações de cidades inteiras para uma realidade semelhante ao seu mundo anterior, quando os invasores espanhóis chegaram às américas, o próprio Castaneda permaneceu desaparecido por nove dias enquanto conversava com o Desafiador da morte no mundo de sonhos criado por este, quando retornou, descobriu que Carol Tiggs tinha sido levada para um desses mundos de sonhos.

O livro termina aí, Castaneda não diz se conseguiu ou não atravessar o 5º, o 6º e o 7º e último portal do sonhar.

O próximo livro na seqüência é "Passes Mágicos" que foge ao roteiro seguido até então pelo escritor, depois vem "A Roda do Tempo" que é uma coletânea de frases e pensamentos e então tem o "Lado Ativo do Infinito", que ainda não li.

Fraternos Abraços e se acharam complicado então leiam o livro e verão que fiz um resumo o mais fiel e sintetizado possível, o próprio livro é auto-explicativo, mas qualquer dúvida que tiverem, perguntem.

Nick


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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mais uma celebração!






Nyctaluz Noctula





Gira a roda do ano de novo
é momento de celebração
alegria ao rever nosso povo
só contento vai no coração

Encontramos na hora marcada
combinados, de novo afinal
organizados, já a hora passada
é chegado mais um festival

Lá Brigid nos espera radiante
com seu fogo intenso a brilhar
Novamente estamos no instante
com os irmãos outro comemorar

Alegiras, a noite vem calma
Trazendo os seres da floresta
Felicidade e energia vai nalma
Tudo vibra, é hora de festa

Auxiliando companheiros antigos
E também aos rescém chegados
É tão bom estar-se entre amigos
Vendo todos assim maravilhados

Voltando aos nossos lares agora
Vivenciando ainda esta celebração
Sabedoria que passou em boa hora
Nos trazendo aprendizado e lição

Mais um Oimelc já se passou
Gira a roda do ano outra vez
Na primavera que tempo esquentou
Na semente que ao chão se fez


 




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