Conceito e Origem da palavra Bruxa / Bruxaria.
Assim como em Cláudio Moreno - Formado em Letras da UFRGS, com habilitação em Português e Grego. Doutor em Letras com a tese "Morfologia Nominal do Português" - e outras fontes portuguesas e espanholas, a conceituação da palavra Bruxa/Bruxaria é de origem duvidosa, mas existem algumas evidências de que essa palavra seja pré-romana, originária da região Ibérica.
Conceito
- 1. Mulher que faz bruxarias; feiticeira, maga, mágica; As bruxas eram perseguidas e castigadas pela Inquisição.Bruxa. [De uma base pré-romana *brouxa]. S. f.
- 2. Mulher feia e/ou rabugenta.
- 3. Bras. Mariposa (1). Tipo de borboleta preta.
Mariposa Bruja "Ascalopha odorata " – São conhecidas popularmente como bruxas negras e foram descritas cientificamente pela primeira vez em por Kart Von Linne.
Em algumas culturas os lepidópteros simbolizam bruxas e fadas, em outras são consideradas a alma das bruxas. A simbologia se estabelece ao relacionar a habilidade destes animais e das bruxas em se mesclar ao ambiente tal como o camaleão. Alguns contos folclóricos dizem que a alma de um bruxo toma a forma de uma mariposa negra e trata de encontrar seu corpo. Se os humanos o encontram primeiro devem fechar a boca, caso ela entre poderá causar a sua morte. Possivelmente, este conceito de alma explica por que em muitas pinturas medievais dos anjos tenham asas de mariposa, em vez de aves.
Bruxaria é uma das diversas crenças advindo do conceito paganismo, sua essência são os cultos pré-cristãos nascidos no continente europeu, onde suas bases são o politeísmo, a ancestralidade, o folclore regional (costumes, práticas e espiritualidade de um povo).
Bruxaria é uma religião no tocante ao significado "reli gare" (religação/ reunir) e não como uma instituição com um corpo hierárquico.
Encontramos dentro desta senda o culto de magia natural, a herbologia, o artesanato e o contato espiritual homem/natureza.
- 2. Mulher feia e/ou rabugenta.
- 3. Bras. Mariposa (1). Tipo de borboleta preta.
Mariposa Bruja "Ascalopha odorata " – São conhecidas popularmente como bruxas negras e foram descritas cientificamente pela primeira vez em por Kart Von Linne.
Em algumas culturas os lepidópteros simbolizam bruxas e fadas, em outras são consideradas a alma das bruxas. A simbologia se estabelece ao relacionar a habilidade destes animais e das bruxas em se mesclar ao ambiente tal como o camaleão. Alguns contos folclóricos dizem que a alma de um bruxo toma a forma de uma mariposa negra e trata de encontrar seu corpo. Se os humanos o encontram primeiro devem fechar a boca, caso ela entre poderá causar a sua morte. Possivelmente, este conceito de alma explica por que em muitas pinturas medievais dos anjos tenham asas de mariposa, em vez de aves.
Filosofia
Bruxaria é uma das diversas crenças advindo do conceito paganismo, sua essência são os cultos pré-cristãos nascidos no continente europeu, onde suas bases são o politeísmo, a ancestralidade, o folclore regional (costumes, práticas e espiritualidade de um povo).
Bruxaria é uma religião no tocante ao significado "reli gare" (religação/ reunir) e não como uma instituição com um corpo hierárquico.
Encontramos dentro desta senda o culto de magia natural, a herbologia, o artesanato e o contato espiritual homem/natureza.
História
Bruxaria: uma história de perseguições
por * Jade Miladys.
No intuito de tornar a religião cristã uma
religião universal e ampliar o poder da Igreja por interesses puramente
econômicos, começaram as perseguições aos adeptos da antiga religião,
culminando com tortura e morte de muitos inocentes. A sociedade começou a
se fundamentar em um alicerce cristão, porém deturpado por interesses
diversos, sendo criada a carta "Maleus Malleficarum" (O Martelo das
Bruxas) estipulando condutas típicas que caracterizariam uma pessoa como
"bruxo", e quem fosse considerado tal, seria condenado. O simples ato
de se despir para se banhar em um lago isolado, um simples olhar de um
rapaz "flertando" com uma moça ou de usar ervas (infusões, chás) para o
tratamento de enfermidades, eram suficientes para acusar uma pessoa de
bruxaria...
Início do Século IX: Difundiu-se uma crença popular que feiticeiros e bruxos malignos existiam. Eram vistos como pessoas demoníacas, principalmente as mulheres, que dedicam suas vidas a prejudicar e matar pessoas através de feitiçaria e pactos demoníacos. A Igreja Católica da época oficialmente afirmava que tais bruxos não existiam. Era uma heresia dizer que eles eram reais. "Por exemplo, no século 5o., o Conselho eclesiástico de St. Patrick estabeleceu que 'Um Cristão que acreditasse em vampiros, era o mesmo que declarar-se bruxo, confesso ao demônio; a lei dizia que pessoas com crenças não poderiam ser aceitas pela Igreja a menos que revogue com suas palavras o crime que cometeu.' Um capitólio da Saxônia (775-790) proclamou estes estereótipos da crença pagã: 'Se alguém, devoto do Demônio, seguindo as crenças Pagãs, qualquer homem ou mulher considerado um bruxo, que por sua vez come carne humana, deverá ser queimado na fogueira [bruxo confesso]... devendo assim receber a pena capital."
1580: Jean Bodin escreve "De la Demonomanie des Sorciers". Ele afirmava que era necessário punir os bruxos. Nenhum bruxo acusado deveria ser liberto em caso de suspeita de culpa. Se o inquisidor esperasse por evidências concretas, nenhum bruxo seria preso, acreditavam eles.
1584: Reginald Scot publicou um livro que estava à frente de seu tempo. In Discoverie of Witchcraft, ele afirmava que os poderes sobrenaturais não existiam. E mais: que as bruxas não existiam.
1608: Francesco Maria Guazzo publica o "Compendium Maleficarum." Este discute pactos entre bruxos e Satã, a magia que os pagão utilizam para prejudicar pessoas, etc.
1830: A Igreja finda a perseguição aos bruxos na América do Sul.
Esta era foi conhecida como 'Era das Fogueiras',
quando os acusados (sempre confessos mediante tortura) eram
freqüentemente queimados vivos em praça pública. Isto serviu de exemplo
para os que ainda não eram convertidos ao cristianismo.
Muitos anos após, alguns grupos praticantes da Antiga
Religião com prestígio dentro da sociedade despertaram sua consciência
com as perseguições e começaram a tomar certas atitudes, influenciando
altos juizes em várias porções da Europa. São vários os fatos que
contribuiram para o fim das perseguições. Vejamos uma breve cronologia:
Início do Século IX: Difundiu-se uma crença popular que feiticeiros e bruxos malignos existiam. Eram vistos como pessoas demoníacas, principalmente as mulheres, que dedicam suas vidas a prejudicar e matar pessoas através de feitiçaria e pactos demoníacos. A Igreja Católica da época oficialmente afirmava que tais bruxos não existiam. Era uma heresia dizer que eles eram reais. "Por exemplo, no século 5o., o Conselho eclesiástico de St. Patrick estabeleceu que 'Um Cristão que acreditasse em vampiros, era o mesmo que declarar-se bruxo, confesso ao demônio; a lei dizia que pessoas com crenças não poderiam ser aceitas pela Igreja a menos que revogue com suas palavras o crime que cometeu.' Um capitólio da Saxônia (775-790) proclamou estes estereótipos da crença pagã: 'Se alguém, devoto do Demônio, seguindo as crenças Pagãs, qualquer homem ou mulher considerado um bruxo, que por sua vez come carne humana, deverá ser queimado na fogueira [bruxo confesso]... devendo assim receber a pena capital."
Ano 906: Regino
de Prum, O abade das Trevas, escreve o "Canon Episcopi". Ele reforçava a
crença da Igreja de que os bruxos não existiam. Ele afirmava que
algumas mulheres desonestas e confusas podiam voar pelo ar com a Deusa
pagã Diana embora isto não acontecesse na realidade; o vôo, na verdade,
seria uma forma de alucinação.
975: Penalidades para bruxaria e uso de
curas mágicas tornam-se severas. O contricionário Inglês de Egbert
preconizava (em parte...): "se uma mulher realiza bruxaria ,
encantamentos e [usa] filtros mágicos, ela deverá se abster de comida
por vinte meses.... se matar alguém com seus filtros, ela se absterá por
sete anos." A Abstenção consistia apenas de pão e água.
1140: Gratian, um monge italiano, incorporou a Canon Episcopi na lei canônica.
1203: O movimento Cathar, um grupo de
Cristãos Gnósticos, tornou-se popular na região de Orleans, França e na
Itália. Eles foram declarados Hereges pela Igreja. O papa Inocencio III
aprovou uma guerra genocida contra os Cathars. O último Catar que se tem
noticia foi queimado na estaca em 1321.
1227: O Papa Gregorio IX propôs a Corte de Inquisição para prender, confessar e executar hereges.
1252: O Papa Inocencio III autorizou o uso da tortura durante o processo de inquisição.
1258: O Papa Alexandre IV restringiu a
Inquisição a manter suas investigações à casos de heresia. Não
investigaram crença em feitiçaria a menos que hereges estivessem
envolvidos.
1265: O Papa Clemente IV reafirma o uso da tortura.
1326: A Igreja autoriza a inquisição para
investigar casos de bruxaria. Sua maior contribuição foi o
desenvolvimento da "demonologia," a teoria da origem diabólica da
bruxaria e estudo dos demônios.
1330: Aumentou a crença popular que bruxos
e feiticeiros malignos são aliados de Satã, tinham relações sexuais com
o demônio, raptavam e comiam crianças, etc.
1347 a 1349: A epidemia de peste negra dizimou uma porção considerável da população Européia.
1430: Teólogos Cristãos começaram a escrever livros que "provavam" a existência dos bruxos.
1450: A primeira Grande caçada aos bruxos
iniciou na Europa. A Igreja Criou uma imaginária religião do Demônio,
utilizando esteriótipos que circulavam desde as eras pré-cristãs. Eles
afirmavam que os pagãos que cultuavam Diana e outros Deuses e Deusas
eram bruxos maus que raptavam bebês, matavam e comiam suas vítimas,
vendiam suas almas à Satã, faziam pacto com o demônio, voavam,
realizavam encontros secretos à noite, causavam impotência e
infertilidade às pessoas, etc. Historiadores afirmavam que estes
genocídios religiosamente incitados foram motivados pelo desejo da
Igreja em obter maior número de adeptos (monopólio exclusivo), ou ainda
como "uma ferramenta de repressão, uma forma de guiar a massa para
outras divindades superiores, um joguete contra mulheres (eram
desprezadas), ou um modo para pessoas comuns de surrupiar colheitas
pagãs, gado ou justificar morte de bebês e crianças." Walter Stephens,
um professor da Johns Hopkins University, propõem uma nova
teoria: "Acho que os bruxos eram "bodes expiatórios" de Deus." E ainda, o
modo de explicar o mal no mundo era atribuir a causa a bruxos e
demônios.
1450: Johann Gutenberg inventou a
imprensa, facilitando a propagação das leis da Igreja e aumentando a
insatisfação popular à imagem dos bruxos; isto facilitou em muito a
caçada às bruxas.
1474: O Papa Inocencio VIII publicou um bula papal condenando bruxos.
1480: Thomas de Brabant escreve o livro
"Formicarius", que descreve a prossecução de um homem por bruxaria.
Cópias deste livro foram anexadas ao Malleus Maleficarum anos mais
tarde.
1486-1487:
Inquisidores (Heinrich Kraemer) e Jacob Sprenger publicam o Malleus
Maleficarum (O martelo das bruxas). Este é um fascinante estudo destes
autores que odiavam mulheres. Ele descreve as práticas e condutas
típicas para os bruxos, e métodos para obter confissão, sendo
posteriormente abandonado pela Igreja. Entretanto este tornou-se a
"bíblia" destas cortes seculares que condenavam bruxos.
1500: Durante o 14th século,
constataram-se 38 acusações contra bruxos e feiticeiros na Inglaterra,
95 na França e 80 na Alemanha. A caça aos bruxos foi acelerada. "Pela
escolha de conceder suas almas à práticas demoníacas teriam cometido
crimes contra o homem e contra Deus. A gravidade deste duplo crime
caracterizado como "bruxaria" tornava o processo excepcional, permitindo
a suspensão de seus direitos de modo a punir por sua culpa."
Testemunhos de crianças foram aceitos. A tortura largamente foi
utilizada com a finalidade obter confissões. A falta de consistência nas
confissões também foi aceita como prova de culpa.
1517: Martin Luther fixou suas 95 teorias
na porta da Catedral de Wittenburg, Alemanha. Isto instigou a reforma
Protestante. Nos Países Católicos, as cortes continuavam a queimar
bruxos. Em Protestantes, eles eram enforcados. Alguns países
protestantes não admitiam a tortura.
1550 a 1650: Perseguições alcançaram seu
pico neste século. Estes foram chamados de "TEMPOS ARDENTES." Foram
muito concentrados no leste França, Alemanha e Suiça. As perseguições
ocorreram com maior freqüência em locais onde havia conflitos entre
Católicos e Protestantes. Ao contrário da opinião pública, os bruxos
suspeitos foram perseguidos pelas cortes - especialmente aqueles
envolvidos com feitiçaria maligna. Somente uma minoria respondia às
autoridades da Igreja.
1563: Johann Weyer (b. 1515) publica um
livro que agride as crenças pagãs. Chamado de "De Praestigiis Daemonum"
(Queda das Almas), preconizava a não existência dos bruxos, mas que
Satan forçava que eles o seguissem. Ele rejeitava as confissões obtidas
sobre tortura e violência e recomendava tratamento médico ao invés de
tortura e execução.
1580: Jean Bodin escreve "De la Demonomanie des Sorciers". Ele afirmava que era necessário punir os bruxos. Nenhum bruxo acusado deveria ser liberto em caso de suspeita de culpa. Se o inquisidor esperasse por evidências concretas, nenhum bruxo seria preso, acreditavam eles.
1584: Reginald Scot publicou um livro que estava à frente de seu tempo. In Discoverie of Witchcraft, ele afirmava que os poderes sobrenaturais não existiam. E mais: que as bruxas não existiam.
1608: Francesco Maria Guazzo publica o "Compendium Maleficarum." Este discute pactos entre bruxos e Satã, a magia que os pagão utilizam para prejudicar pessoas, etc.
1609: Pânico
contra bruxos na região Basca, Espanha. La Suprema, o corpo
governamental da Inquisição espanhola, reconheceu o acontecido e
publicou o Edital de Silência que proibia a discussão sobre bruxaria. O
pânico da população desapareceu.
1610: Cessa a perseguição aos bruxos na Holanda, provavelmente devido ao livro de Weyer, 1563.
1616: Uma segunda perseguição às bruxas
foi em Vizcaya. Novamente um Edital de Silêncio foi publicado pelo
Tribunal de Inquisição. Entretanto o rei aboliu o edital e 300 bruxos
confessos foram queimados vivos.
1631: Friedrich Spee von Langenfield, um
sacerdote jesuíta, escreve "Cautio Criminalis". Ele condena as caçadas à
bruxos e perseguições em Wurzburg, Alemanha. Ele diz que o prisioneiro é
confesso somente devido à torturas e não define a realidade.
1684: Foi executado na Inglaterra o último acusado de bruxaria.
1690's: Cerca de 25 pessoas morreram
durante à louca caçada aos bruxos em Salem; um deles foi pisoteado
devido a ele não entrar em processo de confissão; alguns morreram nas
prisões, o restante foi enforcado. Não houve novas perseguições na Nova
Inglaterra.
1745: França cessa a execução de Bruxos.
1775: Alemanha cessa a execução de Bruxos.
1782: Suiça cessa a execução de Bruxos.
1792: A Polônia cessa a execução de Bruxos; o último país da Europa que a realizava.
1830: A Igreja finda a perseguição aos bruxos na América do Sul.
Fontes:
https://www.academia.edu/32537488/A_bruxa_no_medievo_origens_e_imaginario._Modulo_1_do_curso_Hist%C3%B3ria_da_Bruxaria_UFPB_2017_
http://sualingua.com.br/2009/05/04/supersticoes/
http://sualingua.com.br/sobre-o-autor/
http://pt.encydia.com/es/Brujer%C3%ADa
http://cleibsonalmeida.blog.br/website/downloads/G_L_P.pdf
http://www.edu.xunta.es/diccionarios/BuscaTermo.jsp
http://agal-gz.org/modules.php?name=News&file=articlecomments&sid=1857
http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=16706
http://tresreinosceltas.blogspot.com/2011/09/druidismo-e-bruxaria-tradicional.html
http://br.groups.yahoo.com/group/mitos_e_deuses/message/98
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