
Passamos nesse momento a realizar uma busca, uma procura que se inicia e parece não ter fim. Começamos na adolescência com a busca pelo parceiro perfeito, aquele que nos irá realizar em todos os momentos de nossa vida, esperamos amor, sexo, dinheiro. Iludimo-nos na expectativa de que ele(a) irá suprir todos os nossos sentimentos, carência e nos esquecemos muitos vezes de retribuir para que isso se torne um ciclo de retribuição, mas como estamos condicionados a dependência, acabam-se muitas vezes os romances, namoros, casamentos e culpa-se o outro(a) por essa desilusão e aumenta a ânsia de encontrar algo, alguém. É comum encontrarmos pessoas em nossas vidas que reclamam do parceiro, por ele não dar a devida atenção, mas até que ponto EU estou retribuindo essa atenção? E geralmente o final é uma separação, com apontamentos de culpados e vítimas.
Em seguida buscamos no emprego ou na faculdade a esperança de encontrar a profissão que irá nos estabilizar financeiramente, a fonte da busca de muitos sonhos, o alicerce para encontrar a pessoa perfeita e viver feliz para sempre. Com o passar do tempo esse sentimento de realização começa a decair e percebemos que lutar para alcançar esse objetivos são árduos e precisamos nos sacrificar para almejar um cargo, passar com boas notas nas provas e trabalhos da faculdade. E novamente caímos naquela sensação de vazio, parece que falta algo para me sentir completo. Preciso encontrar a solução do meus problemas em alguém, colega, chefe, professor, mas eles muitas vezes não suprem essa ânsia e acabamos trocando de empresa, mudando ou trancando de curso ou até mesmo de faculdade. Criamos desculpas para o nossa total sensação de dependência, que a empresa não supria minhas expectativas ou meu chefe não me dava o apoio necessário, o curso não era o que esperava ou os professores não ensinam direito. E novamente tenteamos sair como vítimas.
Com o passar do tempo, pensamos que devemos encontrar alguém que supra as nossas dúvidas de existência, alguém que nos salve desse desespero, dessa sensação de vazio. Começamos a busca por uma religião, por gurus, mestres que no começo nos fascinam com promessas de melhorias em todos os âmbitos de nossa vida. Chegamos em casa com a sensação de ter achado o "Salvador", mas com o passar do tempo, percebemos que esse ser que intitulados como Mestre, tem suas falhas e novamente nos frustramos e sentimo-nos vazios, porque em determinado momento ele nos disse que não sou especial ou deixou de fazer algo que para mim era importante e muitas outras situações que ocorrem em nossas vidas. E novamente começamos a criar desculpas para as nossas desilusões, tais como – a religião não presta; aquele fulano se diz mestre, mas não sabe nada; as pessoas não condizem com o que dizem e assim por diante.
E assim são em todas as situações de nossa vida, sempre buscamos e acabamos com a sensação de estarmos sendo enganados. Por quê? – Muitos se perguntam. O que estou fazendo de errado? Qual o caminho que devo seguir? – E com isso culpam a algum Deus ou Demônio, aos pais ou formadores de opinião, ao governo e caem em depressão ou se tornam pessoas rudes consigo mesmo, com os que estão a sua volta ou com a própria vida.
Perceberam o quanto estamos enredados nessa cultura de dependência? Tudo começa na infância com nossos pais, passamos pela adolescência em busca da pessoa perfeita e na fase adulta em busca do melhor emprego e crenças/religião e na velhice por segurança. Cada vez é maior a busca por um "Salvador", algo ou alguém que nos complete. Procuramos a sabedoria em alguém iluminado, com a expectativas de nos proporcionar todas as respostas, alguém que seja o tutor e nos guarde pelo resto de nossa vida, mas esquecemos que os únicos que possuem essas respostas somos nós mesmos. Somos nós que experenciamos nossa vida e não o Mestre, somente nós temos o poder em nossas mãos de decidirmos o que desejamos.

E por ultimo, ao mediador que buscamos e muitas vezes encontramos. Não devemos esperar que vá aparecer um guru e ele será o tutor por toda a nossa vida. Devemos aprender a identificar aquele que irá nos ajudar a cuidar do nosso sagrado. Acredito que o bom Mestre é aquele que ensina seus discípulos a não terem dependência, mas sim, ensina a caminhar com independência, o ajuda a criar consciência da pessoa que é e incentiva a seguir sempre adiante em sua verdadeira liberdade. Dessa forma, criando pessoas conscientes de suas vidas, suas experiências e seus amores. Cria pessoas adultas com lucidez em suas escolhas, fazendo com que elas encontrem equilíbrio em suas vidas.
Isso é estar de bem consigo mesmo, isso é auto-conhecimento. O fato de sermos humanos e tratarmos os indivíduos a nossa volta como tais, é estar em equilíbrio. Mestres entram em nossa vida o tempo todo, cabe a cada um ouvir com atenção e obterá a resposta. Ter responsabilidade pelos atos e comportamentos é estar em sintonia e ser independente, não existe culpado, só aquele que aprende a encontrar o verdadeiro Mestre, que é a Si Mesmo, encontrará a liberdade e o Amor. Pois aquele que não segue a vida com Amor, não vive, apenas espera um futuro que nunca chega. Aquele que sabe Amar, vê em sua vida possibilidades, oportunidades e riqueza. Seja o seu Salvador e aprenda a Viver.
Nossa, não lembrava mais de ter escrito esse texto... isso ja se passam 5 anos e continua bem atual! rs
ResponderExcluirAdorei o texto. Faz todo o sentido para mim. Fique bem.
ResponderExcluirTexto maravilhoso e sempre atual. Salve Grande Morcego! Salve Grande Coruja!
ResponderExcluirLembro da 1ª vez que li esse texto e o quanto ele tocou minha alma. Realmente um ótimo texto!
ResponderExcluirFicou perfeito a continuação da frase "para ouvir". Concordo plenamente! E como disse a Coruja, creio que esse texto vá ser atual sempre!
ResponderExcluirE agente passa a vida inteira projetando ao redor o que devemos encontrar em nós mesmos... lindo Nick muito real e como já disseram, o tipo de obra perene... será Quixotesco desejar mudar?
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