quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A Roda do Ano Celta


Extraído do blog do Corujão

Existem inúmeros ritos relacionados com o paganismo, de uma forma geral, e articularmente com a bruxaria. Muitos deles são bastante pessoais, ou relacionados a tradições específicas, mas, de maneira geral, pode-se dizer que toda a ritualística acaba centrando-se na idéia de comemoração dos ciclos naturais.
 
A celebração dos ciclos naturais é certamente uma das formas mais antigas de rito humano. O caráter cíclico da natureza foi reconhecido pela espécie humana há muitos milênios, e a própria sobrevivência da espécie foi relacionada a esses ciclos. Quando dependíamos da caça e da colheita, era vital acompanhar as manadas em seus deslocamentos sazonais, conhecer os momentos propícios para colher os frutos ou armazenar alimento. Depois, com o desenvolvimento da agricultura, o conhecimento desses ciclos passou a ser ainda mais essencial.



A idéia de celebrar, de comemorar a passagem dos ciclos naturais, era encarada pelos nossos antepassados como uma verdadeira forma de preservá-los. Na filosofia pagã, o Homem e a Natureza são indissociáveis e, portanto, mutuamente responsáveis pela sua preservação. Celebrar os ciclos, ou os seus vários momentos, era um modo de mostrar à Natureza (e às divindades naturais) a gratidão, de expressar a alegria pelos dons recebidos e, em vários momentos, de devolver à Terra aquilo que por ela era proporcionado. Magicamente, a celebração dos ciclos naturais possuía o caráter retributivo, ou seja: ofertava-se à Natureza o fruto do trabalho, para garantir que este fruto seria sempre colhido. Que o equilíbrio natural se preservaria e o suceder das fases seria contínuo.
Não diferente os Celtas desenvolveram suas festividades ligadas às essas mudanças de estações para ofertar aos seus Deuses e Ancestrais o agradecimento de mais uma estação passada e dar as boas vindas ao que está por vir, sempre pedindo através de orações, cantos e danças as bênçãos e proteção para continuar uma jornada de boa-venturança.

As festividades celtas eram divididas apenas em 4, isso mesmo, 4 ritualísticas aos quais antecediam as estações do ano, Samahain, Oimlec, Beltane e Lughnasadh. Na comemoração de Samhain preparavam-se para a chegada do inverno a estação mais rigorosa onde muito dos velhos, enfermos e crianças pequenas não sobreviviam as extremas temperaturas e pediam a proteção aos Ancestrais para que todos das família fiquem protegidos dessa longa jornada que simboliza a morte. Em Oimlec comemoram o fim do período de morte e a chegaram do sol com a beleza primaveril. Todo o encanto dessa estação, inspirando a todos os amantes e principalmente aos bardos em suas canções alegres e a benção de que a vida continua apesar de todo o sofrimento passado. A chegada de Beltane é a mais festiva com o aparecimento da luz solar, suas profecias de um ano melhor e o auge do amor entre os amantes. Lughnasadh é o momento de reunir os amigos, festejar e jogar. Lembrar de nossas tradições, dançar ao ritmo das musicas alegres e agradecer à todos por mais uma longa caminhada na roda da vida.
Os celtas não denominavam suas festividades como Sabath, esses termos são usados pelos judeus para nomear suas festividades e historicamente não lembro de ler alguma referências sobre tal contato entre os Celtas e os Judeus na era pré-cristã, muitos menos registros antropológicos. 
Apesar dos Celtas invadirem a Grécia e outros territórios da Europa, eles não comemoravam os equinócios e solstícios, essas são festividades helênicas, não havendo nenhuma referência Celta na comemoração dos mesmos. Como podemos observar essas culturas são distintas e tradições com identidades próprias.


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