sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Bruxaria e Aprendizado



Refletindo sobre as pessoas que chegam até o caminho da Bruxaria e observando como geralmente vestem o estereótipo padrão do senso comum ao estilo do que vemos em uma certificação ISO-9000 ou similar, por exemplo, e analisando para definir o que leva uma pessoa a ser formatada dentro de certo padrão ou certo estilo, as reflexões conduziram a alguns pontos principais.

Primeiro, vemos como a forma de ensino e de trabalho se modificaram, tanto nas empresas quanto no ensino.

No trabalho antes havia um grande esforço individual para a produção de uma única peça e em seguida novo esforço individual para a produção de outra peça até obter um grande número de peças fabricadas por um só individuo, hoje há a produção de uma única peça através do esforço dividido de inúmeros trabalhadores e obtêm-se grande número de peças mais rapidamente.

Em qualquer empresa que almeje a certificação dentro de alguma norma de qualidade é necessário para essa empresa cumprir alguns requisitos, isso logicamente descaracteriza o trabalho individual em prol da produção final, tomemos como exemplo o seguinte:

Um sapateiro de antigamente era um artesão que produzia sapatos, quanto melhores os sapatos dele mais ele era requisitado, porém cada sapato que o artesão produzia era um produto único, feito do início ao fim pelo mesmo sapateiro que conhecia todas as etapas do processo. Cada sapato produzido carregava a 'identidade' do artesão e era reconhecido a partir de sua qualidade de fabricação que lhe dava seu valor intrínseco, cada sapato e cada produto, portanto era único, era uma obra de arte única feita por um artesão sapateiro que imprimia sua alma ao seu objeto de trabalho;

No decorrer do tempo, era muito provável que este sapateiro passasse os conhecimentos relativos à produção de sapatos geralmente para seu (s) filho (s), ou então para algum outro aprendiz de talento, o qual se tornaria um novo artesão de sapatos.

Mas a vida se tornou mais complexa, e foi necessário produzir muito mais sapatos, então foram criadas as linhas de produção nas fábricas industriais, onde o processo de produção do sapato segue com a sola do sapato sendo depositada em cima da linha de produção por um funcionário, a seguir a linha anda e outro funcionário passa cola, depois outro ainda coloca a parte de cima, outro encaixa a peça, outro põe detalhes e etc;

Para que uma empresa seja certificada dentro de uma norma de qualidade é preciso que a produção final dessa linha siga determinado padrão de normas e regras definidas, assim sendo todos os sapatos ao final da linha de montagem, tem as mesmas características definidas de acordo com uma receita (normas de fabricação) e já pode ser comprovados através de testes e exames se o produto se encontra dentro das normas exigidas pelo mercado e se ele realmente pode ser aprovado e receber um certificado de qualidade (ISO-9000). Desse modo os sapatos trazem impressos em si o estereótipo da empresa onde são fabricados e não mais as características do trabalho do artista de sapatos.

As pessoas nascem tenras, cheias de potenciais individuais e possibilidades interiores peculiares a ser desenvolvidas, no decorrer de seu crescimento e de sua vida as pessoas aprenderão a conhecer e se ambientar ao mundo que as cerca, então elas são encaminhadas para os instrutores nas escolas, onde passam primeiro pelo ensino fundamental, depois o ginásio, colegial, técnico, superior e assim por diante, cada aluno (do grego "a = sem" , "luno = luz") 'sofre' dentro da escola um processo de 'iluminação' que consiste em passar ao aprendiz (ou receber do professor) os conceitos das matérias estudadas de modo que o aluno aprenda e possa comprovar o que aprendeu a através de testes e exames se o ele se encontra dentro das normas exigidas pelo mercado e se ele realmente pode ser aprovado e receber um certificado de qualidade (diploma). Desse modo as potencialidades individuais e possibilidades de desenvolvimento que cada um trás dentro de si, são postas de lado em nome do mercado que exige pessoas especializadas e não artistas da vida.

Citando agora um fato realmente ocorrido, onde pode-se observar como as pessoas têm suas mentes e formas de raciocínios padronizadas através de um ensino acadêmico e de como se esquecem de sua capacidade de pensar e inferir por conta própria:
"Certa vez na empresa onde trabalhava, apareceu um problema no computador da moça da mesa ao lado que trabalhava com o faturamento, ela não conseguia acessar a internet de modo algum, então chamou o setor de informática que ficava no outro prédio da empresa, no outro extremo da cidade, e sucedeu o seguinte:
  • Na segunda-feira chegou um rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, reiniciou o computador, fez limpeza de disco, reiniciou, passou anti-vírus, reiniciou novamente, e foi embora.
Percebendo que o problema não estava resolvido, a moça chamou novamente o pessoal da informática:
  • Na quarta-feira chegou outro rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, resetou, fez limpeza de disco, resetou, passou anti-virus, resetou e foi embora.
Percebendo que o problema continuava, a moça chamou novamente os profissionais;
  • Na sexta-feira veio outro rapaz, olhou o micro, fez desfragmentação do sistema, resetou, fez limpeza de disco, resetou, passou anti-virus, resetou e foi embora.
Na segunda-feira seguinte, obviamente revoltada, a moça chamou novamente o setor de informática;
  • Vieram todos os três que já haviam passado por ali e ficaram conversando e tentando achar uma solução, então foram fazer uma reunião numa sala em separado.
Nesse meio tempo a moça falou pra mim que não acreditava que eles fossem dar um jeito e me explicou o problema e me disse para tentar acessar, primeiro tentei abrir o internet explorer e não abria, fiquei observando e vi que tinha uma barra de ferramentas diferente e cheia de figurinhas que a moça mesmo instalara, perguntei pra ela se podia desinstalar, tirei aquela barrinha e pronto, 20 segundos depois a internet já estava conectada e funcionando perfeitamente. 
Quando os tres rapazes retornaram da reunião não tinham mais o que fazer e logo foram embora."
Ficou claro que quando se padroniza um modo de solução de problemas muitas vezes se esquece de prestar atenção nas nuanças particulares de cada problema, aplicando essa reflexão no grupo de Aprendizes nota-se o mesmo "vicio" de pensamento formatado em salas de aula ou em aprendizados anteriores que os deixa com dificuldades na Senda da Bruxaria.

Uma excelente reflexao se encontra nesse texto:

Para um aprendizado de fato é necessário a aceitação dos ensinamentos e compreensão dos mesmos, não somente saber o que fazer, mas também como fazer, sabendo que tudo o que já se aprendeu no caminho até o presente, por mais que sirva de base comparativa para o que se aprende trilhando o caminho da Sabedoria, deve ser analisado de forma diferente do que se aprendeu, é preciso refletir e entender, não somente receber e aceitar.



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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Belenus

Na mitologia céltica, Belenus (também conhecido como Belenos) foi uma deidade cultuada na Gália, Britânia e nas áreas célticas da Áustria e Espanha. Foi o deus do Sol celta e tinha templos em Aquiléia do Adriático a Kirkby Lonsdale na Inglaterra.

A etimologia do nome é obscura. Sugestões incluem "brilhante único," "o único luminoso" e deus "henbane".

Ele pode ser a mesma deidade que Belatu-Cadros. No período do Império Romano era identificado com Apolo. Existem correntemente 51 inscrições conhecidas dedicadas a Belenus, concentradas principalmente na Aquiléia e na Gália Cisalpina, mas também se estendem à Gália Narbonense, a Noricum e mais além. Imagens de Belenus às vezes o mostram estando acompanhado de uma fêmea, imaginada como a deidade gaulesa Belisama.

Na Gália e Britânia antiga, Apolo pode ter se igualado a quinze ou mais diferentes nomes célticos e epítetos (notavelmente Grannos, Borvo, Maponus, Moritasgus e outros).

Outras identificações propostas

A deidade-ancestral galesa Beli Mawr pode ser derivada de Belenus, embora seu personagem e atributos sejam diferentes. O festival irlandês de Beltane também pode estar conectado, ou pode derivar da mesma raiz celta, *bel-, "brilhante". A figura mítica irlandesa Bile ("árvore sagrada") está às vezes ligada a Belenus.

O rei lendário Belinus na História dos Reis da Britânia de Geoffrey of Monmouth é provavelmente também derivado deste deus. O nome do antigo rei britânico Cunobelinus significa "cão de caça de Belenus".

Variante de nomes

# Belanu, entre os Ligurianos
# Belanos
# Belemnus
# Belenos
# Belenus
# Beli
# Belinos
# Belinu
# Belinus
# Bellinus
# Belus

Asterix

Invocações freqüentes são feitas deste nome por personagens gauleses na história em quadrinhos Asterix de Goscinny e Uderzo. Asterix e o profeta começa com uma piada sobre o vasto número de pessoas no panteão gaulês que são diariamente invocadas. Veja também Toutatis.



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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Combatendo a picaretagem espiritual


Por Carlos Cardoso Aveline - Da Revista Planeta - Edição – 353

Para não ser vítima das falsidades que envolvem a busca espiritual, é preciso, antes de mais nada, eliminar o processo de auto-ilusão. Nenhum grupo ou instituição está livre de enfrentar o desafio da desonestidade.

A vida é um grande teste para o discernimento daquele que procura viver em paz consigo e com os outros. Luz e sombra, verdade e mentira, joio e trigo se misturam a cada instante no agitado mundo humano. Em conseqüência disso, a confiança cega raramente é uma boa base para as relações humanas e sociais. A qualidade dos relacionamentos só tem a ganhar quando eles se guiam por princípios como a transparência, o controle democrático e o livre acesso à informação. A abertura ao diálogo e ao questiona- mento é um gesto preventivo que impede o surgimento da hipocrisia, das maldades açucaradas e das mentiras que parecem verdades.

Nenhum grupo ou instituição está livre de enfrentar o desafio da desonestidade. Nem sempre há um grau absoluto de sinceridade na relação de casal, entre amigos, irmãos ou colegas de trabalho. Em qualquer profissão, país ou religião, há gente honesta e boa, mas, ao mesmo tempo, há outras pessoas que se julgam muito espertas. A possibilidade de picaretagem está presente em todas as atividades humanas.

Há, também, ilusões e falsidades que envolvem a busca de ideais, a prática espiritual e a vivência do sagrado. Elas afetam diretamente a relação da pessoa com sua alma imortal. Por isso, os líderes comunitários ou espirituais e todos os grupos voltados para o bem comum deveriam ser especialmente cuidadosos com questões como a capacidade de aprender com os próprios erros, a aceitação de opiniões divergentes, a liberdade de
pensamento e a coerência entre discurso e prática.


Sempre que a ilusão envolve mais de uma pessoa, a velha lei da oferta e da demanda entra em vigor. Se alguém engana, é porque uma outra pessoa está aceitando ser enganada, ou, às vezes, até buscando isso inconscientemente. O cidadão que procura desesperadamente um alívio para os seus sofrimentos, mas prefere não assumir responsabilidade direta sobre sua vida, acaba criando uma grande oportunidade para a picaretagem. Uma tarefa dos líderes do século 21 é eliminar da cultura humana aquele messianismo pelo qual se cria a ilusão de que algum salvador providencial - político, religioso, etc. - fará, sozinho, a tarefa que é de todos e de cada um. Não há muletas no processo da libertação, seja ela política, social ou espiritual. O salvador todo-poderoso e o picareta espertalhão são, quase sempre, as duas faces da mesma moeda falsa, aceita por aquele que pretende alcançar a libertação sem esforço próprio.

A escritora Helena Blavatsky conta que há cerca de 2.500 anos o grande rei Prasenajit, amigo e protetor de Gautama Buda, sugeriu ao mestre que ele fizesse milagres públicos. Assim, ele iria demonstrar a todos a força da sua sabedoria. Gautama respondeu: "Grande rei, eu não ensino a Lei aos meus discípulos dizendo-lhes que usem os seus poderes sobrenaturais para fazer, diante dos brâmanes e dos notáveis, os maiores milagres que o homem já viu. Eu lhes digo, quando ensino a Lei: 'Vivam, ó santos, ocultando suas grandes obras e exibindo seus pecados'."(Ísis Sem Véu, de Helena P. Blavatsky, Ed.Pensamento, SP, edição em quatro volumes. Ver o volume II, p. 272.) Este ensinamento não é exclusividade do budismo. No Novo Testamento, Jesus Cristo dá um exemplo de completa humildade pessoal e, em momentos decisivos do Evangelho, recusa-se a fazer milagres ou demonstrar os seus poderes, mesmo sabendo que, por isso, será torturado até a morte. São Francisco de Assis sempre falou de si como de um pecador: os outros é que o reconheciam como santo. A vida dos grandes místicos das várias religiões mostra atitude semelhante, e não por acaso.

A cura da alma humana é um processo natural: a boa cicatrização ocorre de dentro para fora e só é possível quando a ferida está em contato com o ar livre da verdade. O hipócrita pensa que é esperto e tapa suas feridas, mas isso o faz apodrecer por dentro. Os sentimentos negativos têm o mau costume de esconder sua face, mas, quanto mais disfarçado estiver o egoísmo na alma do praticante religioso, maior é o perigo que o ameaça.

Ao abordar o tema da sinceridade em seu livro Meditação Taoísta, Thomas Cleary cita uma antiga escritura chinesa: "Não há nada no mundo que não tenha duas versões, a verdadeira e a falsa. A prática do Caminho também pode ser verdadeira ou falsa, portanto, os estudantes devem, primeiro, distinguir as diferenças. (...) A verdadeira prática é a sinceridade total. Não é evitar o mundo ou recitar as escrituras.( ...) O falso é antagônico ao verdadeiro, assim, se não for eliminado, prejudicará o verdadeiro. Mas você deve achar a maneira adequada de livrar-se dele. Se não achar essa maneira (...) o falso não poderá ser eliminado e o verdadeiro certamente ficará prejudicado. "(Meditação Taoísta, coletânea organizada por Thomas Cleary, Editora Teosófica, Brasília, 2001. Ver p. 123.)

Para o taoísmo, o indivíduo deve se purificar por dentro antes de se purificar por fora. As religiões autênticas ensinam o desprezo pelas aparências. Armado de bom senso, discernimento e resistência à dor, o estudante da sabedoria divina percebe que não existe uma linha divisória clara separando o mundo espiritual do mundo material. Fazer algo "em nome de Deus" não lhe dá garantia alguma de que sua ação seja boa ou correta: a história humana está cheia de comprovações desse fato. Também não basta crer em alguma coisa divina para que as causas da dor desapareçam. É necessário que o indivíduo compreenda gradualmente o modo como funciona o egoísmo em sua vida cotidiana, para que ele possa eliminar aos poucos o egoísmo da sua prática religiosa, da sua militância social ou atividade espiritualista. Não é fácil, mas vale a pena. A purificação das motivações pessoais é um processo fascinante e sagrado. Tudo depende das intenções, porque elas é que definem o nosso rumo. Mas a mudança para melhor é gradual. Durante muito tempo uma forte devoção espiritual pode servir de fachada para propósitos inconscientemente egoístas. Há pessoas que adoram o objeto da sua devoção com o objetivo de obter algo em troca. Muitas vezes, depois de algum tempo se decepcionam e repetem a tentativa com outro objeto de devoção. Esse tipo de praticante existe em todas as grandes religiões do mundo, e também nos círculos esotéricos e espiritualistas. O ingênuo e o desinformado buscam estabelecer uma relação de troca comercial com a divindade. Eles desejam um investimento seguro. Querem garantir vantagens materiais, ou lucros espirituais como êxtase, santidade e prestígio. Assim, abrem as portas para os picaretas tirarem proveito da sua ignorância. O sábio indiano Ramana Maharshi (1879-1950) discutiu essa questão com muita franqueza.

Considerado um dos maiores sábios que conviveram com a humanidade no século 20, Ramana atingiu a iluminação aos 17 anos de idade. Algum tempo depois, ele passou a viver no seu ashram, ou comunidade espiritual, em Tiruvanamalai, no sul da Índia. Ele se mantinha em um estado permanente de contemplação mística. Durante algumas horas por dia, no entanto, ele aceitava responder perguntas. Certa vez um discípulo mencionou as dezenas de presentes que ele recebia, e dos quais não parecia tomar sequer conhecimento. Os numerosos visitantes do ashram lhe traziam lembranças e oferendas com o objetivo de obter a graça divina. Sri Ramana Maharshi respondeu perguntando: "Por que eles trazem presentes? Eu os quero? Mesmo que eu os recusasse, eles lançariam os presentes sobre mim! Para quê? Não é o mesmo que lançar a isca para fisgar o peixe? O pescador está ansioso para alimentar-se do peixe!"

Ramana via esse tipo de devoção pessoal como uma tentativa de suborno, e uma forma de fuga daquilo que realmente interessa. Quando seus seguidores quiseram comemorar seu aniversário com uma grande festa, ele escreveu um protesto: "Vocês, que querem comemorar aniversários, procurem compreender, primeiro, seus próprios nascimentos. O verdadeiro dia do nascimento de alguém é quando ele entra Naquilo que transcende o nascimento e a morte – o Ser Eterno. Pelo menos, em seus aniversários, vocês deveriam lamentar seu ingresso neste mundo ilusório (samsara). Glorificar-se nele e celebrá-lo é como enfeitar e dar grande importância a um corpo sem vida. Buscar o seu verdadeiro ser e mergulhar nele - isto é sabedoria."( Sobre o tema dos presentes, veja a p. 95 da obra Ensinamentos Espirituais, Ramana Maharshi, Ed. Cultrix, SP. Sobre o aniversário, veja a p. 134 de The Collected Works of Ramana Maharshi, editado por Arthur Osborne, Sri Ramanasraman, Tiruvannamalai, sul da Índia, 1979.)

Alguns dos melhores instrutores preferem usar a linguagem direta. Discutindo a questão da falsidade, o místico espanhol São João da Cruz (1542-1591) escreveu: "Não há mentira tão disfarçada e artificiosa que, se a examinarmos bem, não venhamos a descobri-la, de um jeito ou de outro. Nem existe demônio transfigurado em anjo de luz que, bem observado, não dê a perceber quem é. Nem há hipócrita tão esperto, dissimulado e fingido que, depois de poucas diligências e exames, não venhamos a descobrir."( São João da Cruz, Obras Completas, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1996.)

Para isso, porém, é preciso eliminar o processo de auto-ilusão. Só a honestidade consigo mesmo dá a alguém o discernimento necessário para identificar corretamente a falsidade no mundo externo. Portanto, uma das principais tarefas do guerreiro da verdade é destruir as sementes da ilusão e da hipocrisia dentro de si. É claro que ele só pode fazer isso observando serenamente os seus erros. Mas para manter a serenidade há uma condição prévia central. Todos os sábios tiveram de passar pelo desafio. Ele deve ser indiferente em relação à dor e ao prazer pessoais. Conta-se que certo dia, ao escutar a declamação de uns poucos versos durante uma reunião, São João da Cruz teve uma súbita expansão de consciência, imobilizou seu corpo físico e ficou durante um longo tempo em completo êxtase. Os cinco versos ouvidos por ele, de grande simplicidade, abordavam o princípio estóico da indiferença à dor. Eles estão publicados atualmente em suas Obras Completas, e são os seguintes:

"Quem não provou amarguras,
No vale humano da dor,
Nada entende de doçuras,
E desconhece o que é o amor;
Amarguras são o manto dos que amam com ardor."(São João da Cruz, obra citada, p. 78.)

A fuga automática e instintiva do sofrimento leva muitos a falsear a verdade, aceitar a mentira e abrir espaço para diferentes formas de desonestidade, consciente e inconsciente. Por esse motivo, os grandes sábios e filósofos de todos os tempos têm sido indiferentes à dor pessoal. Eles sabem que a graça divina surge de dentro para fora na alma que renuncia a manipular a vida. A bem-aventuranç a procura fielmente aquele que não foge da dor ou da verdade.
***Muitas vezes, uma forte devoção espiritual pode servir de fachada para propósitos egoístas.***


COMO DETECTAR O FALSO LÍDER:

Em qualquer movimento comunitário ou espiritualista, quanto mais espírito crítico houver em relação aos processos de liderança, menor será o perigo da vaidade e do amor pelo poder. Os padrões de liderança corretos surgem junto com toda uma nova cultura da solidariedade. Não existe um método infalível para detectar picaretagens.

No entanto, aqui estão alguns pontos básicos que permitem avaliar melhor um líder espiritual e aumentar a autenticidade de nossos movimentos e
instituições:

O uso da transparência - O bom líder faz da sua vida um processo aberto e transforma os outros em fiscais do que faz. Ele nunca considera como inimigo quem o questiona de modo sério e leal. Ele aprende, com as críticas, a melhorar-se cada vez mais. O picareta, por outro lado, é escravo da sua própria esperteza. Ele abusa da astúcia, constrói uma imagem falsa de si e é um manipulador de aparências - até que o feitiço se volte contra ele.

Os mecanismos de poder - Os mecanismos de tomada de decisão do grupo ou instituição que você quer avaliar são abertos ou fechados? A comunhão espiritual significa, entre outras coisas, confiança na assembléia, livre acesso à informação, avaliação crítica e autocrítica, escolha democrática dos rumos a seguir. O verdadeiro líder saberá apontar o melhor caminho de modo que todos o reconheçam como legítimo. Já o picareta fará segredo de muitas coisas, alegará que está em contato direto com alguma inteligência divina e inventará desculpas variadas para decidir tudo sozinho.

A administração do dinheiro - Para manter a boa saúde ética e espiritual de um grupo humano, as questões materiais e que envolvem dinheiro devem ser abertamente discutidas, anotadas e resolvidas com toda clareza. As eventuais doações à instituição ou ao grupo devem ser feitas de modo claramente impessoal. Mesmo quando há uma liderança fortemente estabelecida, deve haver transparência e controle democrático em relação a tudo o que envolve dinheiro e poder de decisão. Os bons líderes crescem com a transparência.

A relação entre palavra e ação - Observe se o líder tenta honestamente vivenciar o ideal que ele colocou diante de si. O líder maduro luta consigo mesmo. Ele cai e levanta inúmeras vezes até unir sentimento, pensamento, ação e palavras com o fio sólido da coerência e da lealdade a si próprio. Como confia em si, não teme o aparecimento dos seus erros. O picareta não acredita no seu próprio coração e, por isso, procura viver das aparências. Em alguns casos ele diz uma coisa, pensa outra, deseja uma terceira coisa e faz algo que nada tem a ver com os itens anteriores. Ou, então, diz uma coisa para cada pessoa, tentando agradar a todos e causando, assim, uma grande confusão.

O método de tentativa e erro - Se o líder se comportar como se fosse infalível ou superior aos demais, mau sinal. Caso a instituição se coloque como única portadora da luz e da sabedoria, o caso é grave. O bom líder se protege das suas próprias ilusões estimulando o espírito crítico nos demais. Assim ele testa os possíveis pontos fracos da sua estratégia.

A questão pedagógica - Para os esquemas de picaretagem, é fundamental vender a ilusão de que alguns sabem e outros não. Assim os picaretas transformam os cidadãos em meros consumidores e ouvintes. A verdade, porém, é que ninguém sabe tanto que necessite falar o tempo todo, e ninguém sabe tão pouco que não tenha nada de importante a ensinar. O instrutor é apenas um auxiliar do processo autônomo de aprendizagem. 
Ele se coloca a serviço do aprendiz. Não pretende colocar o aprendiz a seu serviço.
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domingo, 5 de novembro de 2017

No fogo de Belenos






Somos seres de energia, e respondemos ao movimento do universo e aos impulsos energéticos todos ao nosso redor... Me inteiro com as pessoas muito mais do que possam imaginar! Empilho amizades onde quer que esteja, quem conheceu o meus companheiros em STL percebe que são laços que durarão por muito tempo, além de outros que conheci por lá que infelizmente nem todos tiveram oportunidade de conhecer.



Estes como outros laços me consomem energia... Manter um bom relacionamento consome energia, pois é necessário disposição, tempo e paciência para às vezes ouvir o outro. Andei bastante por aí então é comum receber mensagens como "mande notícias...", "por onde anda...", "você sumiu...", "como está?"... E por aí vai. Peço desculpas sempre que sentirem minha ausência, o mundo é feito de ligações e cada uma tem a mesma importância que a outra, além de me consumirem uma tanto quanto a outra... Conseguimos conservar nossa alegria assim: Não tendo tempo para notar a tristeza, seja lá quais forem os motivos. Fazer o máximo para estar com vocês, conversar com vocês e participar com vocês, é a melhor “perda de tempo” que existe.

Nas preparações para Beltane procurei me doar para o grupo, gosto de estar, gosto dos rituais e gosto do laço que temos. Aprendi muito desta última vez, aprendi o segredo da cura e entendi que a cura e o crescimento do outro dependem muito mais de si mesmo do que de mim... Pouco - e realmente pouco mesmo - posso fazer... Se acreditas que estás bem, não sou eu quem vou mostrar o contrário... Verás sozinho. Assim se respeita o ritmo da natureza. Afinal, nem todo mundo acha que sofrer é ruim... Nem sempre estás apto a compreender que sofres porque queres ou porque gostas ou apenas preferes. Se assim fosse, o mundo não andaria da forma como anda. Aprendemos desde bebês que é com choro que se consegue o leite, porque depois de velhos agiríamos diferente?

Estive sozinho na montanha durante toda a tarde do domingo. Até minha subida na pedra ainda não aceitava o porque de tanta dor. Porque tanta dificuldade para levar a vida? Porque tanta ansiedade e tanta ambição pelas conquistas? Porque tanta tristeza? Porque tanta solidão? Porque tanta avareza? Tantos impedimentos! Porque não aceitamos que se não deu, pelo menos fizemos o melhor? É o suficiente! Ás vezes é melhor assumir para si que não consegue ou não quer, do que fingir que se importa. Me canso às vezes, e pacientemente realmente espero que as pessoas um dia possam entender que nada disso é preciso para...

... Então escutei a montanha quando me respondeu: "Aonde vê isso? Não há aqui! Está dentro de você! Está dentro do outro... Não aqui fora! Aqui só há o que a tua visão lhe permite ver! A beleza, a paz e a alegria de viver. O demais, é ilusão..."; No eco do silêncio uma águia cortou a minha frente, e com um grito me levou para fora novamente. Me olhei sentado na montanha, cheio e cansado destas dúvidas que não estavam noutro lugar senão em meus pensamentos... Então, olhando de fora, percebi que aquele menino ali sentado não era eu... Me encontrei. Entendi quem sou, o céu abriu e sorriu, me fitou e chorou... Misturei minha emoção às lágrimas de chuva que caíam.


... Deitei na pedra a noite e notei estar ligado à tudo... Talvez por isso sinto saudades do céu, talvez por isso às vezes choro por não conseguir conversar com uma árvore, um animal, ou o vento, afinal sou grotesco demais para entendê-los... Mas mesmo assim, mesmo que pense não fazer parte disso ou daquilo, em silêncio compreendi que não há esta possibilidade, e muito menos esta opção. Estou realmente conectado ao que há nos arredores... Independentemente de percebê-lo.

O que há para ser feito neste mundo senão poder compartilhar os bons momentos? O que há para ser feito neste mundo senão contemplar e buscar pelo desconhecido? Cada vez que vôo, percebo que com um pouco mais de força e vontade posso ir mais alto... Me disseram mais uma vez que há o tempo necessário para isso... "Que desfrute e explore ao máximo o suco de cada gomo da laranja, só assim conhecê-la-á por inteira, entenderá o porquê do azedo, do doce e do seco.", e, Infelizmente pelos outros, o máximo que podemos fazer é gritar lá de cima como o céu fez por mim... Se der mãos para ajudar a subir bem provavelmente lhe puxarão para baixo. Paciência é a ordem... Afinal como aprendi à algum tempo, não valerá cruzar a linha se estivermos sozinhos. Como conta uma amiga em seu relato: "a compreensão vem com o tempo, não do relógio e sim de cada um."

Até onde chegaremos? Até o final? Não sei! Talvez nem exista mesmo este fim... Então penso apenas no necessário... Para conhecer a paz e a felicidade. Amo cada um de vocês de uma forma diferente de qualquer outra, de uma forma que talvez jamais compreendam por aqui, simplesmente por amar, sem esperar muito ou quase nada em troca... Pois não há outra cousa mesmo para se fazer de melhor por aqui. Bel, neste ano, me ensinou que o fogo não apenas transmuta, mas na simplicidade, Ilumina o necessário e nos concede um espacinho quente e aconchegante. Aonde? Dentro desta cabaninha velha e fria... Que chamas de “coração”, esquecida e largada neste mundão desconhecido, que conheces como “ilusão”.

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Lontrinha
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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Dia das Bruxas, o Halloween


Origem pagã

A tradição do halloween surgiu com os povos celtas e druidas, os celtas comemoravam essa data no festival de Samhaim, no século V a.C. para agradecer as boas colheitas e porque acreditavam que nesse dia, que marcava o início do ano céltico, os espíritos desencarnados de todos aqueles que morreram no decorrer do ano, voltavam na busca de corpos de pessoas vivas nas quais eles habitariam durante o ano que se iniciava. 

Acreditava-se que essa era a única esperança de vida após a morte. Naturalmente, os que estavam vivos não queriam ser possuídos pelos espíritos dos mortos. Então, na noite de 31 de outubro, os habitantes dos vilarejos apagavam os fogos em suas casas, para torná-las frias e indesejáveis. Eles então se vestiam com roupas fantasmagóricas e realizavam desfiles barulhentos pela vizinhança, sendo tão destrutivos quanto possível, de maneira a assustar e amedrontar os espíritos que estavam a procura de corpos.

Os druidas, antigos sacerdotes de Gália e da Bretanha, também colaboraram para o Halloween se tornar uma comemoração tradicional., a noite eles acendiam uma grande fogueira no topo das colinas e pintavam o corpo para observar as chamas e contar suas experiências para celebrar o final do verão. A fogueira também era acesa porque eles achavam que suas chamas poderiam ajudar o sol durante o inverno.

A origem pagã do "dia das bruxas" tem a ver com a celebração celta chamada do Samhain, cujo objetivo dar culto aos mortos e à deusa YuuByeol (símbolo antigo da perfeição celta). A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou unindo a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou diminuindo com o tempo.


Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas já tinha desaparecido na maioria das comunidades e pouco se sabe ela devido a falta de textos escritos, tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de outono e o solstício de inverno, no hemisfério norte. Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e iniciavam o ano novo celta.

A "festa dos mortos" era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para os cristãos seriam "o céu e a terra" (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. As festas eram presididas pelos sacerdotes druidas, que atuavam como mediadores entre as pessoas e os seus antepassados. Acreditava-se que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.


O cristianismo e a festa pagã

Quando o cristianismo substituiu as religiões pagãs, as igrejas aproveitaram o dia 31 de outubro para homenagear todos os Santos. Já a noite anterior foi utilizada como dia oficial para se opor os fantasmas. A partir do final do século XVIII e XIX, a véspera do dia de todos os Santos se transformou, em alguns países num dia festivo, celebrado com trajes de fantasia, lanterna e jogos.

Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar "Todos os Mártires". Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (Panteão) num templo cristão e o dedicou a "Todos os Santos", a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III († 741) mudou a data para 1 de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente.

Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e "All Hallow Een" até chegar à palavra atual "Halloween". "Hallowed" é uma palavra do Inglês antigo que significa "santo", e "e'en" também de origem inglesa significa "noite", então o significado é "Noite Santa" ou "All Hallows Eve", "Noite de Todos os Santos".

Doces ou Travessuras

Acreditava-se na cultura celta que para se apaziguar espíritos malignos, era necessário deixar comida para eles. Esta prática foi transformada com o tempo e os mendigos passaram a pedir comida em troca de orações por membros mortos da família. Também neste contexto, havia na Irlanda a tradição, que um homem conduzia uma procissão para angariar oferendas de agricultores, a fim de que suas colheitas não fossem amaldiçoadas por demônios. Uma espécie de chantagem, que daí deu origem ao "travessuras ou doces" (trick or treat).

Anteriormente, o Halloween era considerado uma noite de medo, na qual homens sensatos respeitavam os duendes e os demônios. Hoje, esse dia nada mais é do que uma grande diversão, onde crianças e adultos se fantasiam de vampiros, múmias e fantasmas e saem às ruas festejando.

Símbolos e tradições do dia das bruxas:

Cada símbolo possui seu significado no dia das bruxas, Abóboras laranjas, velas, gatos pretos, vassouras, maçãs, morcegos e as próprias bruxas são símbolos que remetem ao Halloween. Uma das maiores tradições são as crianças que se fantasiam e saem de porta em porta dizendo: “Doces ou travessuras” (trick or treat, em inglês). Caso elas não recebam doces, tem permissão para pregar uma peça.

O gato preto tem uma ligação direta às bruxas, pois os povos antigos acreditavam que elas se transformavam no pequeno animal. Existe também a lenda de que eles são símbolos do mal e azar. A vassoura é o objeto usado para limpar toda a energia ruim, o morcego representa o olhar além das formas e aparências. Por fim, outro ícone do Halloween são as maças, fruta associada aos deuses do amor. Simbolizam a vida na festa de dia das bruxas (cortada ao meio, a parte interna apresenta o desenho de um pentagrama).

As abóboras e as velas derivam da lenda de um homem chamado Jack. De acordo com os contos, ele gostava muito de beber e sempre humilhava o diabo, até que em um determinado dia acabou morrendo. Porém, ele não pode entrar no céu e nem no inferno, sua alma ficou presa sem uma luz no fim do túnel. Por isso as velas eram colocadas dentro de nabos ocos, pelos celtas, para que Jack conseguisse fugir da escuridão.

A lenda de Jack O' Lantern

Jack O’ Lantern é um dos principais símbolos do Halloween, reza a lenda celta Irlandesa que foi um homem muito mal e perverso que enganou o diabo e foi condenado a vagar eternamente pela terra, segue a lenda:

Um homem chamado Jack, era alcoólatra e grosseiro que vivia maltratando as pessoas bebeu excessivamente em uma noite de 31 de Outubro (Halloween), e viu o Diabo, que veio buscar sua alma para levá-la para o inferno, Jack desesperado implora por mais um copo de bebida. 

Depois de concedido pelo Diabo o ultimo copo de bebida, Jack bebe e pede para o Diabo se transformar em uma moeda, pois disse que não tinha dinheiro para pagar o ultimo trago, o Diabo se transforma em moeda e assim que cai em cima da mesa, Jack o guarda dentro de sua carteira que tem um fecho em formato de cruz. 

O Diabo implora para Jack o deixar sair, pois esta com os poderes anulados pela cruz, até que fazem um trato, Jack o liberta se o Diabo lhe conceder mais um ano de vida. Jack resolve mudar seu jeito de agir, e começa a tratar todos em sua volta bem, ir à igreja, e faz até caridade.

Com o passar do tempo, no dia 31 de Outubro o Diabo aparece novamente, e avisa que irá levar a sua alma, mas Jack esperto o convence a pegar uma maçã em cima de uma arvore, pois não conseguia subir, em cada tentativa Jack caia, o Diabo se transformou em um corvo e voou para a arvore, quando estava no primeiro galho, Jack riscou com uma faca uma cruz no tronco da macieira, e mais uma vez o Diabo ficou preso.

Jack o ordena a nunca mais vir buscar sua alma, e assim, solta o demônio.

Com o passar dos anos, Jack morreu decapitado, tentou entrar no céu, mas sua entrada não foi concedida, então foi para o inferno, mas Satã, ainda humilhado com os fatos ocorridos no passado também negou sua entrada no inferno, sentindo pena de Jack, jogou para ele brasas do inferno para que ele pudesse iluminar o caminho. Jack foi condenado a vagar sem rumo pelo Limbo, colocando as brasas dentro de um Nabo.

Na Irlanda, onde a lenda surgiu, originalmente eram usados Nabos para se fazer as lanternas do Halloween, conhecidas como Jack O’ Lantern, mas com a imigração dos povos europeus para America, acharam as aboboras mais abundantes nos EUA do que os Nabos, e passaram a usá-las até hoje como um símbolo da data.

Fontes:
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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Maria Perpétua, a Bruxa da Ilha de São Sebastião


A seguir o excelente trabalho de pesquisa da Historiadora Caroline Dias, a quem devemos a gratidão por compartilhar seu trabalho.



Maria Perpétua nasceu em Portugal, em 1790. Casou-se muito jovem, com oescrivão Rodrigues Siqueira, que veio a falecer cedo, deixando-a viúva. Com a morte do marido, mudou-se para o Brasil e casou-se novamente, desta vez com o Sr. Antônio, um oficial militar aposentado, com quem teve um filho.

Então, ela foi morar na Ilha de São Sebastião, litoral norte do estado de São Paulo. Durante sua permanência na ilha, começou a se envolver com o ocultismo e passou a trabalhar como cartomante. Seus clientes eram, na maioria das vezes, marinheiros de navios mercantes e negreiros que aportavam na Ilha de São Sebastião para se abastecer, e iam até ela em busca de proteção mágica para prosseguir viagem.

Sua fama como feiticeira aumentava cada vez mais, e ela começou a vender amuletos e poções afrodisíacas. Quem não ficou nada satisfeito com isso foram os moradores da ilha, pois eram radicalmente contra as ações de Maria Perpétua e seu envolvimento com a magia. Em 1812, ela foi denunciada às autoridades locais e foi aberto um processo contra ela por bruxaria. Entre os denunciantes, estava o capitão Domingos, o comerciante de escravos mais importante da região.

Segundo consta, Maria Perpétua teve um desentendimento com Joana, uma das escravas do capitão Domingos, e jurou vingar-se. Coincidentemente, alguns dias depois, Joana adoeceu e, em seguida, veio a falecer. O capitão Domingos, junto com outros moradores da ilha, deu queixa ao padre do vilarejo acusando Maria Perpétua de ter feito um feitiço para matar a escrava.

O governador da capitania de São Paulo ficou sabendo do ocorrido, e deu ordem para que a casa dela fosse investigada. Além de diversos apetrechos de magia, foi encontrada uma orelha humana seca. Por essa razão, foi presa e levada para a cadeia de São Vicente. Mas, como seu marido ainda exercia certa influência na região, ela foi liberada logo em seguida. Tempos depois, ela foi denunciada por envenenamento e por vários outros casos envolvendo bruxaria.

Em 26 de outubro de 1817, durante uma discussão com o marido, Maria Perpétua levou uma facada e acabou morrendo por hemorragia. Curiosamente, cinco anos depois de sua morte, o processo contra ela foi reaberto a mando do capitão-mor da Ilha de São Sebastião.
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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Sexta-Feira 13




Para começar é preciso falar um pouco sobre o significado atribuído ao 13

O número é também conhecido como “a dúzia do diabo”, um número de azar por excelência.

Interessante notar que muitos “tabus” escondem algo sagrado, um significado muito mais profundo do que o que acaba se tornando popular. E é assim com o número 13.

13 simbólica e tradicionalmente significa “morte”. Tanto que se diz, “onde há 13, há morte”. O “fim do mundo” começa no 13° capítulo do Apocalipse Bíblico. Por Jesus ser o décimo terceiro junto a seus discípulos e ter morrido (tradicionalmente numa sexta-feira), boa parte da má fama do 13 que persiste nos dias de hoje pode ser considerada bíblica. Mas de fato, o 13 só se torna um problema onde a morte é encarada como um problema, onde temos a ideia da morte como algo a ser afastado e/ou reprimido. Então é mais do que natural o fato de que a maioria das pessoas tenham uma ideia negativa associada a ele.

A Última Ceia, de Leonardo da Vinci: a face de Jesus é o “ponto de fuga” da pintura, o que enfatiza Jesus como ponto focal (o centro) na obra.

Utilizando uma história que nos é familiar, eram 13 pessoas na Última Ceia. Simbolicamente, o 13 seria o centro, o ponto mais importante do círculo, já que ele é que une a todos. Sendo o ponto unificador, é o local simbolicamente ocupado por Cristo, por exemplo. A morte do 13° (Cristo) simboliza, portanto, a força transformadora que por meio do sacrifício de um, possibilita a salvação do todo. Mas a interpretação popular da metáfora distorceu o significado original e o número 13 virou um número de Judas, com conotações nefastas.

E isso, como já é de se esperar, é um tema relativamente comum na mitologia. Por exemplo, na mitologia germânica, o trapaceiro – e décimo terceiro – deus Loki, traiu Baldur, o deus da primavera – uma divindade de justiça e sabedoria, disseminador da boa vontade e da paz, que, esperava-se, iria governar o novo mundo, após uma catástrofe mundial – levando-o, por fim à morte.

Mas, você talvez esteja se perguntando, de onde saiu a ideia de que o número 13 representa morte? Este é o próximo tema!

A 13ª Carta do Tarô – A Morte

A história aqui é longa, e vou tentar resumi-la o máximo possível (omitindo muitos detalhes e maiores explicações, eu sei), já que o objetivo desse post é apenas provocar a curiosidade!

Tudo começa nas antigas sociedades matriarcais, onde o número 13 era sagrado pois representava os 13 meses do ano lunar. Sociedades que se baseavam em calendários lunares (baseados nas fases da lua) –os mais antigos calendários criados – viam o tempo como um fenômeno cíclico, não linear. A natureza funciona em ciclos – nascimento, crescimento, morte; nas estações: verão, outono, inverno, primavera etc. – e as sociedades que utilizavam esses calendários se baseavam nesses ciclos que observavam ao seu redor para entender a vida, a natureza e a “realidade”. Portanto, para esses povos não existia a mesma ideia de “fim” absoluto ou de “morte” como entendemos hoje.

Os 13 meses do Calendário Lunar

Assim, voltando ao calendário lunar, no 13° mês o sol “morre”, no solstício de inverno. Nessas sociedades isso não era um problema, já que a morte faz parte de um ciclo, dessa forma, o jovem Sol renasceria no dia seguinte. Mas, diga isso para uma sociedade que entende o tempo de forma linear… 13 = Morte. Quando se concebe o tempo de forma linear, em que se inicia a partir de um ponto e termina em outro, a ideia de “ciclo” ou “renascimento” ou ainda “morte como mudança, recomeço, transformação” é algo inconcebível. Num calendário lunar todos os meses tem 28 dias (uma média dos ciclos lunares) – como o ciclo menstrual feminino -, por isso possuíam uma relação profunda com o feminino. Em Gaélico, por exemplo, as palavras para “menstruação” e “calendário” são praticamente idênticas: miosach emiosachan. Mas, quando a noção de tempo linear se impõe nas culturas patriarcais, que passam a preferir a constância do Sol do que à instabilidade da Lua, “matar o sol” é um problema. Assim, as culturas que adotam o calendário solar, e o princípio masculino, passam a considerar tudo que se refere aos ciclos lunares e seus calendários como relacionados a mau augúrio, maldição, enfim, desgraça e azar. 13 passa a ser um número ligado a coisas ruins.

Mas esse é só início da má fama do número 13. A História nos dá muito mais eventos ruins que ficaram marcados pelo número 13 e que terminaram por colocá-lo de vez no imaginário popular como um número sinistro.

Muitos acreditam que esse foi o acontecimento que marcou definitivamente a Sexta-Feira 13 como dia de azar. O que aconteceu nesse dia?

Basicamente foi o dia em que Jacques Demolay, 23° Grão Mestre da Ordem dos Templários, traído pela Igreja e pelo Rei, juntamente com outros companheiros seus, foi capturado e levado a masmorra, por ordem do Rei Filipe, “O Belo”. O porquê disso? Bem, a ideia por trás da Ordem dos Templários era “proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e Acre”, defender a Terra Santa, cuidar dos peregrinos, e era uma ordem que apenas respondia a autoridade da Igreja Católica Romana. Só que os Templários começaram a ficar ricos demais, misteriosos demais, poderosos demais, e bem, tanto o Rei como o Papa Clemente V se sentiram um bocado ameaçados. Assim, criaram uma série de acusações falsas (já que ambos mal tinham ideia do que se passava entre os templários) contra a Ordem, na base da tortura e fizeram com que alguns de seus membros “confessassem” uma série de crimes e heresias. Durante 7 longos anos Jacques e seus companheiros viveram em condições precárias e sofrendo torturas, enquanto o Rei Filipe ia acompanhando o “processo” das acusações e confiscando todos os bens da ordem. Mesmo após três julgamentos, Jacques Demolay se recusava a denunciar companheiros e revelar locais onde haviam riquezas da Ordem. Como não havia uma confissão dele, forjaram. Assim, em 18 de março de 1314, por desmentir suas confissões forjadas, o Rei Filipe e o Papa Clemente condenaram Jacques e outro cavaleiro, Guy d’Auvergne (que também desmentiu as confissões forjadas), a morrerem queimados.

O mais interessante que um pouco antes de morrer na estaca, Jacques lançou uma maldição contra seus algozes: Rei Filipe, Papa Clemente e o Chefe da guarda e conselheiro real Guilherme de Nogaret (que havia capturado os templários e feito acusações). O que aconteceu? O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida Guilherme de Nogaret e no dia 27 de novembro de 1314 morreu o rei Filipe IV com seus 46 anos de idade.

A maldição foi a seguinte

Nekan, adonai !!! Chol-begoal!!! Papa Clemente… Cavaleiro Guilherme de Nogaret… Rei Filipe. Intimo-os a comparecer perante ao tribunal de deus dentro de um ano para receberem o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos até a décima terceira geração de vossas raças!!!

Desde sempre a gente ouve que o número 13 da sorte ou azar, que o dia 13 é um dia que tem de sair bem atento onde infelizmente usam o termo “As Bruxas estão a solta” e, é muito comum associarmos este número com as antigas superstições ligadas a gato preto, bruxas, maus auspícios e até tragédias.

O número 13 sempre teve um significado especial, nas mais diferentes civilizações. Mas, para compreender este número, temos que entender antes o significado do número 12. Muitos mitos, deidades e heróis aparecem na quantidade de 12 (12 profetas, 12 sábios, as 12 tribos de Israel, os 12 signos do zodíaco, as 12 horas, 12 = uma dúzia).


O 12 encerra um sistema completo, coeso e perfeito. O 12 passa a idéia de segurança, de algo que está estruturado, perfeito e inviolável.
O 13, então, significa a ruptura de tudo isso, a transformação (destruição). Após essa mudança, é possível continuar a evolução. O 13, como transformação, passa a idéia do desconhecido e, por isso, ele traz o “medo”.
O número 13 sempre foi temido e evitado. Acreditava-se que até sua simples citação poderia trazer má sorte. Por isso, nos contos de fadas das histórias infantis, o número 13 nunca era dito e era uma grande surpresa abrir a porta que sucedia a porta número 12.
Ninguém sabia o que esperar. Um dragão? O vilão? A bruxa má?
Abrir a porta, após o número 12, significava destruir o que estava perfeito e estar fora de controle.
A superstição de evitar 13 convidados à mesa veio da era cristã, pois transgrediu a perfeição do número 12, eram 13 à mesa, quando Judas traiu Jesus. Daí mais ainda a aversão ao número 13.
Mas, a idéia de não juntar 13 à mesa é mais antiga e remonta à tradição de países nórdicos.
Diz a lenda que um banquete para 12 Deuses, no Valhalla (o paraíso escandinavo), provocou a ira do Deus do Fogo, Lóki, porque ele não tinha sido convidado. Enciumado, ele teria armado uma cilada para o Deus do Sol, Baldur, favorito de Odin, o Deus dos Deuses.
Tanto é que, em alguns países, alguns hotéis e prédios não têm 13º. andar, nem o número 13 em assentos de teatro e plataformas de trem.
Existe até a fobia do número 13, que recebe o nome de Triskaidekaphobia.


Exemplos de Pessoas Nascidas no dia 13

O cantor e compositor Stevie Wonder, Thomas Jefferson (presidente dos Estados Unidos), Gary Gasparov (um dos maiores campeões de xadrez de todos os tempos), L.Ron Hubbard (fundador da Cientologia) e Margaret Thatcher (primeira-ministra da Inglaterra considerada a mulher mais influente do século 20).
Conclusão


É importante explicar que o número 13 não indica o fim, mas sim a Transformação e o Renascimento.
No judaísmo, 13 é a idade da maturidade para os meninos. As pessoas nascidas em um dia 13 são capazes de transformar radicalmente as suas vidas e o ambiente onde vivem.


Sexta-Feira 13

Este dia está associado a evolução de todo ser humano individualmente, mas, para a sociedade, pode representar agitação excessiva. Dia escolhido segundo a cultura popular, a Sexta-feira 13 é conhecida como “o dia do azar” ou de “usar amuleto no bolso”. O treze corresponde a letra hebraica Mem, que representa oRenascimento e a Liberdade. Esta superstição também está associada ao fatídic

o dia em que o rei da França, Filipe o Belo, ordenou prender e matar todos os Templários (homens que se dedicavam a proteger os peregrinos que se dirigiam à Terra Santa) sob a acusação de feitiçaria.
A superstição que envolve a Sexta-feira 13 surgiu com os romanos. Não tinha nada de azarento, mas, com o tempo, alguns fatos ocorridos nesta data, ano após ano, marcaram este dia, transformando a Sexta-feira 13 em um momento onde as pessoas deveriam tomar mais cuidado.

A sexta-feira, por ser o dia de Frigga, a Deusa Bruxa do panteão nórdico, acabou associada à má sorte, pelas culturas cristãs, por isso o termo vindo de uma crença européia que nas “Sextas-feiras 13 as bruxas estão soltas”.

O 13 assumiu um significado negativo, na crença popular. Acabou por ter uma relação com o fim, com a morte.

Segundo o folclorista Luís Câmara Cascudo, no Dicionário do Folclore Brasileiro, o dia 13 é um número fatídico, pressagiador de infelicidades.

A palavra superstição primitivamente significava “vidente ou profeta”. As superstições surgem como explicação para os fatos que desconhecemos.

Quem comemora o aniversário em uma Sexta-feira 13 não deve ficar preocupado, pois o número 13também simboliza o número dos Anjos e da Sorte.

Acredite, a superstição e o azar estão ligados apenas à acomodação e a falta de fé, uma maneira de encontrarmos culpados para os nossos insucessos ou fracassos, muitas vezes resultantes da nossa própria falta de esforço e dedicação. Quando as coisas não acontecem, culpamos o azar. Quando tudo dá certo, aí sim somos “sortudos”.

Infelizmente, o ser humano socializa apenas os seus fracassos. Devemos lembrar que a superstição está ligada à falta de conhecimento, mas quando nos tornamos mais conscientes, nossa forma-pensamento se fortalece.



Obtido em: taniagori.com
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